Mundo

Berlusconi desiste de disputar próximas eleições da Itália

Mediante um comunicado, o empresário anunciou também a realização de eleições primárias em dezembro para escolher o candidato de seu partido


	O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi: o ex-chefe de governo de Itália, que tem 76 anos e apresentou sua renúncia como primeiro-ministro em novembro de 2011
 (Filippo Monteforte/AFP)

O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi: o ex-chefe de governo de Itália, que tem 76 anos e apresentou sua renúncia como primeiro-ministro em novembro de 2011 (Filippo Monteforte/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 16h50.

Roma - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi anunciou nesta quarta-feira sua renúncia a se apresentar como líder de seu partido, o conservador Povo da Liberdade (PDL), para as eleições gerais que acontecerão na Itália na próxima primavera.

Mediante um comunicado, o empresário anunciou também a realização de eleições primárias em dezembro para escolher o candidato de seu partido, que conta atualmente com o maior número de parlamentares na Itália após ganhar as últimas eleições legislativas em 2008.

No início de outubro, o secretário político do PDL e ex-ministro de Justiça, Angelino Alfano, informou que Berlusconi estava disposto a ficar fora da corrida eleitoral para que houvesse uma aliança de partidos de centro-direita que unisse perante o empurrão da centro-esquerda.

"Por amor à Itália podem se fazer loucuras e coisas sábias. Há 18 anos entrei na política, uma loucura não sem sabedoria: agora prefiro dar um passo atrás pelos mesmos motivos de amor que me estimularam na época. Não voltarei a apresentar minha candidatura a primeiro-ministro, mas sigo ao lado dos mais jovens", afirma Berlusconi na nota.

"Tenho ainda bons músculos e um pouco de cabeça, mas o que me convém agora é dar conselhos, oferecer memória, contar e julgar sem intrusão. Com eleições primárias abertas no Povo da Liberdade saberemos até o fim de dezembro quem será meu sucessor, após uma disputa tranquila e livre entre personalidades e ideias diferentes baseadas em valores comuns", prossegue.

O ex-chefe de governo de Itália, que tem 76 anos e apresentou sua renúncia como primeiro-ministro em novembro de 2011 em meio às turbulências dos mercados pela situação financeira do país, aposta na data de 16 de dezembro para as primárias do partido.


"Serão os italianos que encontram no indivíduo e em seus direitos naturais, na liberdade política e civil perante o Estado, que abrirão democraticamente uma nova página de uma nova história, a que fizemos juntos, homem e mulheres, desde janeiro de 1994 até hoje", diz "il Cavaliere".

Segundo Berlusconi, que em novembro foi substituído pelo tecnocrata Mario Monti, a Itália pode sair da de crise econômica e financeira, "pode voltar a ganhar sua batalha europeia e ocidental contra as ambições desmedidas dos demais e contra seus próprios problemas".

Nos últimos meses a possibilidade de que Berlusconi voltasse a participar das eleições gerais tinha pairado frequentemente sobre a cena política italiana, sobretudo depois que a cúpula de seu partido mostrou seu apoio ao empresário e ele não o descartou a priori.

A possibilidade de que uma aliança de partidos de centro-esquerda pudesse vencer as próximas eleições fez com que Berlusconi se mostrasse disposto a se aposentar, para que houvesse uma união similar que pudesse enfrentá-lo na centro-direita, no qual se encontra seu ex-aliado político e presidente da câmera dos Deputados, Gianfranco Fini.

O anúncio da renúncia de Berlusconi aconteceu só horas depois que o presidente da escuderia italiana Ferrari, Luca Cordero di Montezemolo, um dos mais cotados para liderar uma nova era na política italiana, anunciou sua renúncia à Presidência da companhia ferroviária NTV. 

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEuropaItáliaPaíses ricosPersonalidadesPiigsPolíticosSilvio Berlusconi

Mais de Mundo

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente

Sem escala 6x1: os países onde as pessoas trabalham apenas 4 dias por semana

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô