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Berlusconi confirma que não será candidato à reeleição

Escândalos sexuais e processos judiciais por corrupção afetaram negativamente a popularidade do chefe de governo italiano

Silvio Berlusconi e seu 'herdeiro político' Angelino Alfano, atual ministro da Justiça e recém-eleito secretário nacional de seu partido
 (Alberto Pizzoli/AFP)

Silvio Berlusconi e seu 'herdeiro político' Angelino Alfano, atual ministro da Justiça e recém-eleito secretário nacional de seu partido (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 11h10.

Roma - O chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, confirmou que não se apresentará como candidato à reeleição nas legislativas de 2013, em declarações publicadas nesta sexta-feira no jornal de oposição La Repubblica.

"Nas próximas eleições não pretendo lançar-me como candidato à presidência do Conselho", afirmou o político multimilionário de 74 anos, que sofreu em maio um grave revés eleitoral depois de um ano de escândalos sexuais e processos judiciais por corrupção que afetaram negativamente sua popularidade.

"O candidato de centro-direita será Angelino Alfano", enfatizou Berlusconi, indicando como seu herdeiro o atual ministro da Justiça e recém-eleito secretário nacional de seu partido, o Povo da Liberdade, de 41 anos.

"Vou ajudar em sua eleição", assegurou Berlusconi, que assumirá a figura de "pater nobile" de seu herdeiro político, segundo suas palavras.

"Aos 77 anos, não posso mais ser chefe de Estado", admitiu.

Berlusconi havia antecipado em abril passado, durante um jantar com um grupo de correspondentes estrangeiros, que não queria ter um papel operacional nas próximas eleições.

O magnata das comunicações descartou que aspire chegar à presidência da República, como afirmam seus inimigos.

"Não é um cargo para mim. É mais para Gianni Letta", afirmou, referindo-se a seu assessor pessoal e braço direito há anos.

"É a pessoa adequada porque é uma grande pessoa e tem boas relações com todos, inclusive com a centro-esquerda, que vai apoiá-lo", acrescentou.

Berlusconi não se priva de atacar seu influente ministro da Economia, Giulio Tremonti, que acaba de elaborar um plano de ajuste econômico.

"Ele se acha um gênio e considera que os outros são imbecis. Eu o suporto porque o conheço há muitos anos. É a única pessoa que não joga na minha equipe", comentou.

O governo italiano aprovou no fim de junho um plano de austeridade que prevê 47 bilhões de euros (68 bilhões de dólares) em cortes, numa tentativa de acalmar investidores preocupados com o contágio da crise da dívida na Grécia.

Berlusconi pediu que a oposição seja "responsável" e aprove o plano quando este for enviado ao Parlamento, negando informações sobre tensões em seu governo, dizendo que havia "consenso absoluto" sobre as medidas.

As medidas incluem uma ampliação do congelamento dos salários do setor público e das contratações, implantada no ano passado, cortes orçamentários para políticos e uma implementação mais rápida de uma reforma com o objetivo de reduzir os crescentes custos previdenciários.

O governo também apoiou a reforma do sistema tributário que reduziria o imposto de renda e combateria isenções fiscais e sonegações.

A Itália tem uma das maiores dívidas públicas do mundo - o equivalente a cerca de 120% do PIB - mas conseguiu manter a confiança do mercado ao manter seu déficit abaixo do alcançado por alguns países da União Europeia.

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