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Bento XVI pede paz no Oriente Médio em sua visita ao Líbano

''Que todos os povos da região vivam em paz, irmandade e liberdade religiosa'', disse Bento XVI na basílica de São Paulo em Harissa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2012 às 20h51.

Beirute - O papa Bento XVI pediu nesta sexta-feira no Líbano a paz e a irmandade dos povos da região, onde desejou que os cristãos permaneçam, durante a firma da Exortação Pós-sinodal (documento final) do Sínodo de Bispos para o Oriente Médio de 2010.

''Que todos os povos da região vivam em paz, irmandade e liberdade religiosa'', disse Bento XVI na basílica de São Paulo em Harissa, ao norte de Beirute, aonde chegou hoje em uma visita histórica de três dias, a primeira ao Líbano em seus sete anos de Pontificado.

Durante seu discurso, Joseph Ratzinger fez um convite ao diálogo ''neste contexto difícil'': ''Devemos celebrar a vitória do amor sobre o ódio. Convido-vos a não ter medo e conservar vossa fé'', ressaltou.

Nesse sentido, fez um apelo aos fiéis para que se aferrem à verdade nos países onde há divisões e feridas para recuperar a união.

''A tolerância deve triunfar sobre a vingança e a união sobre a divisão'', assegurou o papa, destacando que ''este é um apelo insistente para que toda palavra se transforme em fato''.

O documento assinado hoje traz as propostas aprovadas pelos bispos no sínodo de 2010, onde rejeitaram que se recorra à Bíblia para justificar as ''injustiças'' e defenderam que os palestinos tenham um Estado próprio, na linha ''dois povos, dois Estados'' (Israel e Palestina), entre outros assuntos.

Nessa reunião se pediu, além disso, à comunidade internacional e aos países do Oriente Médio que não retrocedessem na busca da paz na região, uma conquista que o papa considerou que é ''possível e urgente''.

O sumo pontífice explicou na basílica de São Paulo que a Exortação Pós-sinodal é dirigida a todo o Oriente Médio e sua primeira mensagem é indicar aos fiéis o que devem fazer nesta terra.


''A Igreja de Oriente deve viver sem temor porque Deus está nela para que pratique sua fé de forma efetiva'', disse Bento XVI.

O papa assinou o documento, que entregará aos bispos da região em uma missa em Beirute no próximo domingo, em um ato do qual participaram o presidente do Líbano, Michel Suleiman, bispos de todas as confissões - alguns vindos de Iraque e Egito -, várias personalidades políticas e 450 convidados.

Em seu discurso de boas-vindas, o patriarca melquita-católico, Gregorio III Laham, insistiu na necessidade de solucionar o conflito palestino-israelense, e assegurou que ''o reconhecimento do Estado palestino preparará a via para uma verdadeira ''primavera árabe''''.

Em sua chegada à basílica esta tarde, o papa recebeu a chave da aldeia de Darun-Harisa das mãos de seu prefeito, Antonie Chaker Chammal, e depois entrou no templo enquanto um coro entoava cantos bizantinos.

Um grande número de pessoas, portando bandeiras do Líbano e do Vaticano, seguia o ato do lado de fora, onde foram instaladas cadeiras.

A basílica de São Paulo em Harissa foi a primeira escala da viagem do papa pelo Líbano.

Sua visita ocorre em um clima de tensão na região por causa da crise na Síria e dos protestos contra embaixadas dos EUA e de outros países ocidentais, devido a um vídeo sobre o profeta Maomé, considerado blasfemo pelos muçulmanos.


De fato, na cidade libanesa de Trípoli, no norte, uma pessoa morreu e várias ficaram feridas nos distúrbios desencadeados pelos protestos contra o vídeo.

No mesmo aeroporto de Beirute, Bento XVI pediu, pouco após sua chegada, que se preserve o equilíbrio entre muçulmanos e cristãos no Líbano.

''É muito importante o equilíbrio entre cristãos e muçulmanos. É preciso preservá-lo e tem que ser ponderado'', solicitou Bento XVI.

Amanhã, o papa se reunirá com Suleiman; o presidente do Parlamento, Nabil Berri, e o primeiro-ministro Najib Mikati no Palácio de Baabda.

Depois, se reunirá com líderes das diferentes comunidades religiosas que convivem no Líbano, e pela tarde realizará um encontro com jovens libaneses na sede do patriarcado maronita em Bkerke, onde deve pronunciar um discurso.

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