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Belo Monte: proposta final só será apresentada amanhã

Trabalhadores da Usina Hidrelétrica podem entrar em greve

Trabalhadores pedem redução do período de baixada de seis para três meses (Paulo Jares/VEJA)

Trabalhadores pedem redução do período de baixada de seis para três meses (Paulo Jares/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 22h34.

Altamira - A posição final dos trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte sobre a decretação de greve da categoria será decidida amanhã (17), quando o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) apresentará a proposta final em relação à principal reivindicação da categoria: a redução do período de baixada de seis para três meses.

A baixada é o período de nove dias em que o empregado é dispensado do trabalho para visitar a família em sua cidade de origem, com a passagem paga pelo consórcio.

“A reunião não foi da forma que nós queríamos. A parte principal das reivindicações, que era a redução da baixada de seis para três meses e o aumento do vale-alimentação, não obteve êxito”, disse à Agência Brasil o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav), Giovani Resende Silva.

Para o consórcio, a reivindicação dos trabalhadores sobre o período de baixada mexe no orçamento da obra.. “Redução do período de baixada significa duas passagens a mais, e mais período do trabalhador afastado do trabalho. Isso implica a necessidade de contratarmos mais trabalhadores do que o planejado. Só que Belo Monte tem números superlativos, e isso significa milhões de reais a mais [do que o planejado]. É um entrave, porque nosso contrato com a Norte Energia [R$ 12,5 bilhões] é muito reduzido, bem como a margem de lucro”, declarou à Agência Brasil o diretor administrativo do Consórcio Construtor de Belo Monte, Marcos Sordi.

“A Norte Energia, que também estava aqui nas negociações, sequer se manifestou [sobre o assunto]. Acho um absurdo ouvir das maiores empresas do Brasil que não podem dar uma proposta porque não têm orçamento”, ressaltou o presidente do Sintrapav. “As maiores obras do Brasil estão na Região Norte, e são as mesmas empresas envolvidas. Por que não podemos fazer um piso único para todas essas obras? Porque a baixada nas outras [grandes obras] é três meses, o vale-alimentação é R$ 200 e, aqui, não é, sendo que são os mesmos trabalhadores circulando por essas regiões?”, completou o sindicalista.

Apesar do impasse, Giovani considera que a categoria já obteve algumas conquistas, principalmente relativas ao abono dos dias parados, à assistência médica e à lavagem dos uniformes ser custeada pelo consórcio.

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