Mundo

Bélgica pede que médicos com covid-19 continuem trabalhando

Situação do país é uma das piores da Europa, que enfrenta segunda onda de casos de covid

Médico em hospital na Bélgica (Yves Herman/Reuters)

Médico em hospital na Bélgica (Yves Herman/Reuters)

BG

Bibiana Guaraldi

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 08h44.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 16h32.

Médicos na Bélgica estão sendo solicitados a continuar trabalhando mesmo depois de terem testado positivo para coronavírus, no momento em que o número de casos aumenta com a segunda onda de pandemia que atinge toda a Europa.

De acordo com o jornal inglês The Independent, pelo menos 10 hospitais em Liège, cidade belga mais atingida, solicitaram que a equipe médica com teste positivo, mas assintomática, continuasse trabalhando. É possível que um quarto de todos os funcionários dos hospitais estejam infectados com Covid-19.

A pandemia mexeu com a economia e os negócios no mundo todo. Venha aprender com quem conhece na EXAME Research.

“A situação é catastrófica”, disse Philippe Devos, médico de cuidado intensivo do Hospital CHC Montlégia em Liège, ao Washington Post. “Temos muitos médicos e enfermeiras afetados. Mas, a partir desta semana, os casos positivos foram solicitados a voltar ao trabalho se forem assintomáticos ”.

Devos, que é também chefe da Associação Belga de Sindicatos Médicos, reconheceu que existe um possível risco de transmissão por profissionais de saúde infectados, mas que “não tinham escolha se quisessem evitar o colapso do sistema hospitalar em poucos dias”.

O ministro da Saúde do país, Frank Vandenbroucke, disse à rede de televisão RTL que a Bélgica está à beira de uma “tsunami de casos”, semelhante à que ocorreu no norte da Itália no início da pandemia. “Somos a região mais afetada em toda a Europa. Estamos muito perto de um tsunami […] onde não mais se controla o que está acontecendo. Hoje, ainda conseguimos controlar os acontecimentos, mas com enorme dificuldade e estresse”.

A grande maioria dos países europeus está registrando mais casos diários agora do que durante a primeira onda, no início deste ano. Na última terça-feira, 20, a Bélgica bateu recorde de infectados: mais de 18 mil, quase 10 vezes o valor do pico da primeira onda da pandemia.

Acompanhe tudo sobre:BélgicaCoronavírusEuropaMédicosPandemia

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'