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Bélgica investiga suspeita de espionagem por outro país

Belgacom, um ex-monopólio estatal, apresentou uma reclamação em julho sobre a invasão de vários de seus servidores e computadores

Belgacom: "O inquérito mostra que a invasão só foi possível através de um intruso com significativos meios logísticos e financeiros", disseram procuradores (Paul ODriscoll/Bloomberg)

Belgacom: "O inquérito mostra que a invasão só foi possível através de um intruso com significativos meios logísticos e financeiros", disseram procuradores (Paul ODriscoll/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2013 às 10h16.

Bruxelas - A Bélgica disse nesta segunda-feira que investiga suspeitas de espionagem feita por um Estado estrangeiro contra a principal companhia de telecomunicação do país, que é a maior empresa de tráfego de voz na África e Oriente Médio, e um jornal belga acusou os Estados Unidos.

Procuradores federais disseram em comunicado que a Belgacom, um ex-monopólio estatal, apresentou uma reclamação em julho sobre a invasão de vários de seus servidores e computadores.

"O inquérito mostra que a invasão só foi possível através de um intruso com significativos meios logísticos e financeiros", disseram os procuradores. "Este fato, combinado com a complexidade técnica da invasão e a escala em que ocorreu, aponta para uma espionagem internacional patrocinada por algum Estado".

Os procuradores não quiseram revelar sobre qual Estado recaiem as suspeitas.

Documentos vazados pelo ex-prestador de serviços de inteligência dos EUA Edward Snowden revelaram um vasto programa de vigilância eletrônica da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), que monitorou enormes quantidades de dados de email e telefones tanto de norte-americanos como de estrangeiros.

A maior parte dessa vigilância teria sido feita em acordo com provedores de Internet e telecomunicação e com agências de inteligência de governos estrangeiros.

No entanto, a TV Globo mostrou neste mês que a NSA espionou a rede de computadores de companhias como Petrobras e Google, assim como o Ministério de Relações Exteriores da França e a cooperativa internacional de bancos conhecida como Swift, que lida com transações financeiras internacionais e está baseada na Bélgica.


O jornal belga De Standaard disse que a NSA monitorou o tráfego telefônico internacional através da Belgacom por dois anos. A publicação afirmou que os invasores estiveram interessados, a princípio, na subsidiária da Belgacom chamada Bics, uma provedora de linhas telefônicas internacionais no varejo e maior provedora de serviços de voz na África e no Oriente Médio.

Estado não identificado

O governo da Bélgica, maior acionista da Belgacom, condenou a invasão e a violação de uma companhia pública.

Procuradores disseram que o invasor utilizou softwares maliciosos e técnicas avançadas de criptografia com o objetivo de colher informações estratégicas, mas que não sabotou dados da Belgacom ou buscou causar algum dano econômico direto.

A própria Belgacom disse ter conduzido trabalhos no fim de semana para melhorar sua segurança e remover um vírus desconhecido de seus sistemas internos, acrescentando que até o momento não havia nenhuma indicação de qualquer impacto sobre os consumidores ou seus dados. A empresa apresentou uma reclamação contra um invasor desconhecido.

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