Desde 2005, a lei de uniões civis do Reino Unido permite os enlaces entre pessoas do mesmo sexo (AFP/Alejandro Pagni)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2012 às 20h57.
Dublin - A Assembleia autônoma da Irlanda do Norte rejeitou, nesta segunda-feira, uma proposta do Partido Verde e do Sinn Fein, antigo braço político do inativo IRA, para estudar a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Dos 108 membros que compõem o Parlamento de Belfast, 45 apoiaram a iniciativa, mas só três deles pertencem ao protestante Partido Unionista de Ulster (UPP), a terceira formação da província.
Como a aprovação não modificaria a legislação vigente, o governo autônomo, de poder compartilhado entre católicos e protestantes, foi obrigado, pelo menos, a estudar a situação.
Desde 2005, a lei de uniões civis do Reino Unido permite os enlaces entre pessoas do mesmo sexo, mas não qualifica as uniões como ''casamentos'', por isso que os casais do mesmo sexo carecem de alguns direitos, como o de poder adotar uma criança.
O único parlamentar do Partido Verde norte-irlandês, Steven Agnew, afirmou nesta segunda que a finalidade do estudo é simplesmente mostrar que casais do mesmo sexo são ''iguais'' aos casais heterossexuais.
A deputada do Sinn Fein, Caitriona Ruane, pediu aos membros do UPP e do majoritário Partido Democrático Unionista (DUP) para apoiarem uma mudança na legislação vigente.
''Embora tenhamos alcançado grandes avanços com relação às comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, é preciso muito mais'', disse a deputada.
Parceiro no Executivo de Belfast de poder compartilhado, o DUP, reiterou sua oposição a uma mudança ao lembrar que ''o casamento'' só pode ser a ''união entre um homem e uma mulher'', cujo objetivo, entre outros, ''é reproduzir e criar filhos''. ''Redefinir casamento é redefinir a sociedade'', assinalou a parlamentar do DUP, Michelle McIlveen.