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BCE estabeleceu condições muito específicas para a Itália

Banco enviou uma carta para Silvio Berlusconi exigindo privatizações e reforma do mercado de trabalho

Jean Claude Trichet, presidente do BCE: condições em troca do apoio (Wikimedia Commons)

Jean Claude Trichet, presidente do BCE: condições em troca do apoio (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 10h20.

Roma - O Banco Central Europeu (BCE) impôs condições muito concretas para a Itália em troca de apoio, informa o jornal Il Corriere della Sera, que menciona a necessidade de privatizações rápidas, incluindo empresas municipais, e de uma reforma do mercado de trabalho.

As exigências foram dirigidas ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi em uma carta "secreta" enviada entre quinta-feira e sexta-feira e assinada pelo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, e por Mario Draghi, que o sucederá em novembro, segundo o jornal.

A carta, qualificada pelo Corriere como quase um "programa de governo", estabelece uma lista de "medidas que devem ser adotadas, o calendários para sua aplicação e até os instrumentos legislativos que devem ser utilizados".

O Corriere acrescenta que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram à Itália a adoção das medidas anunciadas até o fim de setembro.

A oposição pediu explicações sobre a carta.

"O que realmente nos pedem o BCE e as instituições internacionais? Um governo impotente totalmente desacreditado e agora sob tutela deve ao menos dizer qual é a situação real", exigiu o líder do Partido Democrata (PD), Pierluigi Bersani.

Berlusconi e o ministro das Finanças, Giulio Tremonti, anunciaram na sexta-feira a aceleração de um pacote de austeridade aprovado pelo Parlamento para alcançar o equilíbrio orçamentário a partir de 2013, ao invés de 2014.

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