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BCE corta taxas e antecipa política menos restritiva

O corte desta quinta-feira é o quarto corte na taxa desde junho

Christine Lagarde, presidente do BCE, em uma coletiva de imprensa em Frankfurt, 12 de dezembro de 2024 (AFP)

Christine Lagarde, presidente do BCE, em uma coletiva de imprensa em Frankfurt, 12 de dezembro de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 13h27.

O BCE cortou, nesta quinta-feira, 12, sua taxa de juros básica em 25 pontos-base, para 3%, em resposta à inflação próxima de sua meta de 2% e a uma previsão de crescimento revisada para baixo para a zona do euro.

O corte desta quinta-feira é o quarto corte na taxa desde junho pelo Banco Central Europeu (BCE), que também sinalizou que abandonará gradualmente sua política monetária restritiva.

“O processo de desinflação continua a avançar” na zona do euro, embora seja acompanhado por ‘uma recuperação econômica mais lenta’ do que a projetada em setembro, disseram os 25 membros da Assembleia de Governadores, presidida por Christine Lagarde, em um comunicado.

Com esse corte em sua taxa de referência, o BCE está dando mais um passo em suas medidas para reduzir o custo de novos créditos para empresas e famílias. Esse ciclo segue um período de drástico aperto monetário para lidar com a alta inflação, relacionada à guerra na Ucrânia e à recuperação pós-covid.

A maioria dos observadores estava apostando nesse cenário: os guardiões do euro renunciando a um corte maior na taxa de 0,5 ponto percentual em face do crescimento mais lento e da queda rápida da inflação.

Novas projeções econômicas divulgadas pelo BCE na quinta-feira levaram a instituição a reduzir suas previsões de crescimento para 2024 a 2026 e suas previsões de inflação para 2024 e 2025.

De acordo com o BCE, a inflação em 2024 chegará a 2,4% (anteriormente projetada em 2,5%), caindo para 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026.

A instituição também prevê um crescimento do PIB da zona do euro de 0,7% em 2024, em comparação com 0,8% anteriormente, 1,1% em 2025 e 1,4% em 2026.

A economia da zona do euro está “perdendo força”, disse a presidente do BCE em uma coletiva de imprensa, referindo-se à contração do setor industrial e ao fraco crescimento do setor de serviços.

Além disso, “o risco de novos atritos no comércio internacional pode prejudicar o crescimento da zona do euro, reduzindo as exportações e enfraquecendo a economia global”, disse Lagarde.

Até o momento, o BCE disse que as taxas deveriam permanecer “apertadas pelo tempo que for necessário” para que a inflação voltasse à sua meta.

Porém, desta vez, o BCE disse que “com o passar do tempo, o desaparecimento gradual dos efeitos do aperto da política monetária deve apoiar a recuperação da demanda interna”.

A recuperação deve ser apoiada “principalmente pelo aumento dos salários reais”, que estimularia o consumo das famílias, e pelo “aumento do investimento das empresas”, de acordo com o BCE.

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