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BC argentino volta a intervir no dólar e despeja US$ 670 milhões no mercado

Entre quarta e quinta, foram despejados US$ 432 milhões no mercado, e analistas estimam que as reservas líquidas do BC argentino atualmente estejam em US$ 6 bilhões

Agência o Globo
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Publicado em 19 de setembro de 2025 às 17h52.

Última atualização em 19 de setembro de 2025 às 18h12.

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Após dois dias injetando milhões no mercado cambial, quando o dólar superou o teto da banda do país, o Banco Central argentino fez uma nova intervenção para conter a taxa de câmbio no atacado. De acordo com o jornal local Ámbito, o valor das injeções feitas nesta sexta-feira foi alarmante: US$ 670 milhões. Com isso, em três dias, US$ 1,11 bilhão foi despejado no mercado.

Só entre quarta e quinta, foram despejados US$ 432 milhões no mercado, e analistas estimam que as reservas líquidas do BC argentino atualmente estejam em US$ 6 bilhões.

— Na cotação de hoje, o governo precisaria de US$ 9,75 bilhões para defender a banda até as eleições — disse à Bloomberg o economista Santiago Resico, da one618 Group, uma corretora de Buenos Aires, após a intervenção de quinta-feira. — Parece um custo alto demais para o governo e pode levá-lo a fazer mudanças no regime cambial.

Assim, o dólar no atacado fechou esta sexta-feira em US$ 1.475, cinquenta centavos acima do fechamento anterior, com um volume de negociação à vista de US$ 842,676 bilhões, o terceiro maior em 2025. Segundo o Ámbito, a taxa de câmbio no atacado subiu 22 pesos nesta semana, somando-se ao aumento de 98 pesos da semana anterior.

Já o dólar varejista fechou em US$ 1.515 nas bolsas do Banco Nación, referência para o mercado. Isso representou um aumento de US$ 20 em relação ao fechamento anterior (+1,3%) e atingiu o maior valor nominal já registrado.

Na noite da última quinta-feira, o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, voltou a defender o programa econômico do governo e garantiu que não haverá mudanças de rumo, mesmo após o Banco Central (BC) realizar duas rodadas consecutivas de venda de dólares para conter a cotação da moeda.

— Vamos vender até o último dólar no teto da banda — afirmou Caputo em entrevista ao programa Las Tres Anclas, transmitido pelo canal de streaming governista Carajo.

Na terça-feira, o BC argentino vendeu US$ 53 milhões no mercado de câmbio, mostraram os dados diários sobre reservas internacionais do país divulgados no fim da noite. A intervenção foi a primeira após o país ter adotado um regime de banda cambial numa tentativa de liberalizar seu confuso mercado de câmbio, que há décadas funcionava com taxas controladas pelo governo.

A necessidade de intervir no câmbio foi mais um revés para o presidente Javier Milei, que enfrenta uma crescente perda de popularidade e uma deterioração nos indicadores econômicos — também na quarta-feira, foi divulgado que o PIB argentino se contraiu em 0,1% no último trimestre.

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