Mundo

Basileia III: bancos terão que triplicar capital de proteção

Objetivo é aumentar a estabilidade do sistema financeiro sem prejudicar o volume de crédito disponível

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2010 às 16h55.

Basileia - Reguladores globais e chefes de bancos centrais chegaram a um acordo sobre a Basileia III, uma grande reforma da regulamentação global que irá forçar bancos a aumentarem suas reservas de capital para se protegerem de crises.
Os bancos terão que triplicar, para 7 por cento, o total de suas reservas de proteção contra uma futura crise.

As novas regras sobre capital e liquidez dos bancos, chamadas de Basileia III, determinam que os bancos tenham um mínimo do chamado capital de Tier 1 -- lucros e ações retidas -- de 4,5 por cento, ante os 2 por cento exigidos atualmente, segundo comunicado do grupo presidido pelo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet.

O valor total de Tier 1 foi determinado em 6 por cento, ante os 4 por cento atuais.

Os bancos também terão que criar uma proteção adicional, chamado "colchão de proteção", de 2,5 por cento, formada por ativos comuns.

Ainda será exigido outro "colchão de proteção anticíclico" de entre 0 e 2,5 por cento em condições de crédito excessivo.

As novas regras de capital Tier 1 serão implementadas a partir de janeiro de 2013, até janeiro de 2015, enquanto as proteções adicionais devem ser implementadas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2019.

Analistas, reguladores e banqueiros esperavam que o acordo deste domingo determinasse uma reserva de capital mínima de entre 7 e 9 por cento, além do valor adicional de proteção.

O acordo foi fechado em uma reunião entre autoridades de 27 países presidida pelo presidente do Banco Central Europeu.


A maior parte do Basileia III já havia sido decidida em julho, restando à reunião deste domingo apenas duas partes do quebra-cabeça --definir quanto capital extra os bancos devem reservar e o prazo para se adequar às novas regras.

 

Após a crise financeira global, devido em parte às práticas arriscadas dos bancos, líderes do G20 -- as maiores economias do mundo -- pediram que reguladores e bancos centrais discutissem uma regulamentação mais severa sobre o capital de instituições financeiras.

 

Os líderes do G20 devem aprovar o acordo em reunião em Seul, em novembro.

 

Caso um banco não se adeque às novas regras, ele terá que cortar o valor pago em bônus e dividendos.

 

Houve muito debate sobre quanto tempo os bancos teriam para se adequar às novas regras; o pacote final deve permitir um período de transição de entre cinco e dez anos.

 

Os maiores bancos do mundo, que na maior parte já se recuperaram da crise, não devem se apressar para levantar recursos. Mas ainda há preocupações em alguns países de que os bancos ainda devem demorar para se recuperaram e que as mudanças irão afetar a capacidade de crédito dos bancos.

 

Fontes afirmaram à Reuters na sexta-feira que o Deutsche Bank deve levantar até 9 bilhões de euros para melhorar seu balanço financeiro.

 

Reguladores dizem estar confiantes de que as novas regras de capital da Basileia irão aumentar a estabilidade do sistema financeiro sem prejudicar o volume de crédito disponível.


Acompanhe tudo sobre:BancosCréditoFinançasseguranca-digitalsetor-financeiro

Mais de Mundo

Reino Unido pede a seus cidadãos que deixem o Líbano em voos comerciais

Qual o risco de guerra entre Líbano e Israel após as explosões de pagers?

Guarda Revolucionária do Irã promete 'resposta esmagadora' por ataques no Líbano

Biden receberá Zelensky na Casa Branca para falar sobre guerra com a Rússia