O presidente sírio, Bashar al-Assad: o chefe de estado também voltou a negar que tenha utilizado armas químicas para combater os terroristas (AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2015 às 18h35.
Paris - O presidente da Síria, Bashar al Assad, tachou de "pouco séria" a coalizão internacional contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e criticou que esta, em sua opinião, respalde os mesmos terroristas que ataca.
"Não se pode formar uma coalizão contra o terrorismo e apoiar os terroristas ao mesmo tempo. (...) Enviar armas a esses terroristas sob o pretexto de respaldar à oposição moderada. (...) Se a coalizão não é séria, não nos ajuda", disse Assad em uma entrevista à televisão pública francesa transmitida nesta segunda-feira.
O número de incursões aéreas dos 60 países que a integram, segundo ressaltou, é "dez vezes inferior" às realizadas apenas pelo governo sírio, e não se evitou a expansão do EI na Síria, no Iraque, na Líbia e na região.
"Não são sérios, e essa é a razão pela qual não ajudam a ninguém", acrescentou o presidente sírio, que acusou os países ocidentais de ter contribuído para o caos na Síria por ter armado e equipado os jihadistas.
Assad sustentou ainda que seu regime só utiliza armas convencionais, e rejeitou que tenha recorrido a barris de explosivos ou a bombas de cloro sobre cidades ocupadas por opositores.
"Nenhum exército do mundo, incluído o nosso, aceitaria usar armas que não podem apontar com precisão, porque não teriam nenhum interesse, seriam inúteis de um ponto de vista militar", declarou na entrevista concedida ao canal "France 2".
O presidente sírio também se mostrou disposto a que uma delegação internacional vá ao país para investigar o uso de armamento químico, e reiterou sua disposição ao diálogo com o Ocidente, sempre e quando lhe garantam que não apoia "os terroristas".
"Estamos interessados em falar com quem for, mas como estabelecer um diálogo com um regime que sustenta o terrorismo em nosso país?", afirmou em referência à França, país que disse que ter uma visão equivocada sobre a Síria, onde afirmou que não existe uma oposição "moderada".