Barroso, presidente da Comissão Europeia: "a Grécia vive um momento extremamente crítico, extremamente excepcional e requer (esforços) de todos" (Junko Kimura/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2011 às 11h01.
Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, propôs nesta terça-feira facilitar o acesso da Grécia a fundos comunitários para incentivar o crescimento econômico do país e ajudá-lo a lutar contra o desemprego.
Barroso deve apresentar a ideia aos líderes do bloco europeu na reunião que realizarão na quinta e na sexta-feira em Bruxelas.
"A Grécia tem potencial para recorrer a uma quantidade significativa de fundos europeus dentro da política de coesão", explicou em entrevista coletiva o presidente do Executivo da União Europeia (UE).
Barroso acredita que a Europa deve "encontrar fórmulas para acelerar" a entrega do dinheiro e permitir que "Grécia obtenha os benefícios agora".
A proposta da Comissão procura complementar com incentivos os rigorosos ajustes exigidos para o resgate econômico da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"É muito importantes vincularmos os esforços de consolidação (...) a um apoio ativo para que a Grécia gere crescimento", explicou Barroso.
Visto que algumas destas iniciativas demandariam a revisão de certos regulamentos comunitários, a Comissão buscará o apoio dos Estados-membros para poder avançar na cúpula desta semana.
Assim, Barroso vai pedir no Conselho Europeu da quinta e da sexta-feira que se discuta o que a UE pode fazer para ajudar a Grécia, "além de seus esforços de consolidação fiscal, para aumentar sua competitividade e atacar o problema do desemprego".
Além do auxílio europeu, Bruxelas também quer oferecer a Atenas assessoria técnica e programas concretos que permitam reativar a economia.
Em seu discurso, o presidente do Executivo da UE se esforçou em manifestar compreensão às queixas dos cidadãos gregos, que saíram às ruas para protestar contra os ajustes e a situação do país.
Barroso disse "entender" o sofrimento de uma população submetida a "cortes profundos" que afetam diretamente sua renda, e frisou a necessidade de dar "esperanças" aos gregos após esses esforços.
No entanto, insistiu que as políticas de austeridade são imprescindíveis, pois "não há" outro caminho.
"A Grécia vive um momento extremamente crítico, extremamente excepcional e requer (esforços) de todos. Os partidos da oposição também têm uma responsabilidade", sublinhou.
Barroso insistiu ainda que "não há alternativa" nem "plano B" caso o Parlamento grego rejeite o plano de ajustes e privatizações.
Também considerou "crucial" que o novo governo formado por Giorgos Papandreou - de quem louvou a "coragem" - receba nesta terça-feira o voto de confiança parlamentar.