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Barragens do Nordeste estão com nível crítico

As usinas hidrelétricas encerraram agosto no nível mais baixo dos últimos 10 anos para esse mês


	A barragem de Sobradinho, Bahia, Brasil: os reservatórios de Sobradinho e Três Marias estão com apenas 36% da capacidade
 (Glauco Umbelino/Wikimedia Commons)

A barragem de Sobradinho, Bahia, Brasil: os reservatórios de Sobradinho e Três Marias estão com apenas 36% da capacidade (Glauco Umbelino/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 08h50.

São Paulo - As barragens das usinas hidrelétricas do Nordeste encerraram o mês de agosto no nível mais baixo dos últimos 10 anos para esse mês. Os reservatórios de Sobradinho e Três Marias, que respondem por quase todo o abastecimento da região, estão com apenas 36% da capacidade.

Preocupado em assegurar o abastecimento local, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, declarou, na terça-feira, 3, durante um evento sobre energia no Rio, que pode solicitar na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), marcada para hoje, em Brasília, que sejam acionadas usinas térmicas do Nordeste. O encontro também discutirá as causas do apagão na região, na semana passada.

Se a sugestão for feita e aceita, as térmicas voltam a operar dois meses após o mesmo comitê optar pelo desligamento. "A decisão lá atrás foi inacreditável: contrariou a lógica da segurança do abastecimento", diz João Mello, presidente da consultoria Thymos Energia.

Na ocasião, foram desligadas térmicas a óleo e a diesel, mais caras. A medida aliviou os gastos do Tesouro Nacional, que banca o custo extra das térmicas. Mas, assim, o Nordeste passou a consumir mais energia do Sudeste, sobrecarregando a geração numa região onde os reservatórios também sofrem.

Nas usinas do Sudeste, consideradas o coração do abastecimento nacional, os reservatórios encerraram agosto com 55% da capacidade - o pior nível desde 2001, ano do racionamento. "É fundamental manter as térmicas", diz Mello. "Caso contrário, o risco de racionamento, hoje concentrado no Nordeste, pode atingir outras regiões."

Segundo Marcelo Parodi, diretor da comercializadora Compass, a volta das térmicas mais caras tende a elevar os gastos extras com a geração e trazer de volta um problema: "Quem vai pagar a conta?", pergunta. Pela regra anterior, até agosto, o custo era rateado por geradores, comercializadores e distribuidoras. "E como fica agora?"

Mais dinheiro

O Tesouro Nacional autorizou ontem mais uma emissão de R$ 2,04 bilhões de títulos em favor da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que cobre as despesas das distribuidoras com a energia produzida pelas usinas térmicas.

Em audiência no Senado, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que o valor de repasse à CDE neste ano será "possivelmente menor que R$ 9 bilhões, mas será expressivo". Colaboraram Laís Alegretti, Mônica Ciarelli, Renata Veríssimo e Sandra Manfrini.

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