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Barein e Emirados vão investigar carregamentos para o Irã

Governos ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas atômicas

As negociações ainda não têm prazo para serem concluídas
 (AFP)

As negociações ainda não têm prazo para serem concluídas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 21h57.

Nações Unidas - O Barein e os Emirados Árabes Unidos confiscaram vários itens que poderiam ser usados no programa nuclear iraniano, o que diplomatas viram como um sinal de maior fiscalização na aplicação de sanções da ONU a Teerã.

Diplomatas disseram à Reuters, sob anonimato, que um dos itens que deveria seguir para o Irã, mas que foi confiscado pelo Barein, é um filtro de carbono, material com uso duplo (civil e militar) que, segundo especialistas, seria crucial para o aperfeiçoamento da tecnologia de centrífugas de enriquecimento de urânio.

Governos ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas atômicas. Teerã insiste no caráter pacífico do seu programa nuclear, e resiste às pressões para que abandone o enriquecimento de urânio - processo que, dependendo do grau de pureza, pode resultar em combustível para usinas nucleares civis, ou em material para bombas atômicas.

Os relatórios confidenciais do Barein e dos Emirados para o comitê do Conselho de Segurança da ONU que supervisiona as sanções são politicamente significativos, segundo os diplomatas, porque mostram que cada vez mais países estão implementando as restrições e dificultando sua violação por parte de Teerã.

Dubai, um dos Emirados Árabes Unidos, é tradicionalmente um importante entreposto comercial para o Irã, por causa do seu porto e do seu robusto mercado financeiro. Em julho de 2011, o Fundo Carnegie para a Paz Internacional escreveu que Dubai havia se tornado "uma importante fonte de importações iranianas e um ponto crucial de transbordo de produtos - legais e ilegais - destinados à República Islâmica".


Mas diplomatas ocidentais dizem que, nos últimos meses, a pressão de governos ocidentais vêm dando resultados. Entre 2006 e 2010, a ONU impôs quatro rodadas de sanções ao Irã.

"O fato de esses dois países estarem agora tomando medidas para cumprir as sanções e relatando essas medidas à ONU é por si só notável", disse um diplomata graduado do Conselho de Segurança à Reuters. "Mostra que o regime de sanções da ONU pode funcionar. Os Emirados Árabes Unidos eram um dos (países) que davam condições ao Irã. O Irã está ficando mais isolado." No domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã está ficando próximo de obter uma bomba atômica. Autoridades israelenses vêm repetidamente ameaçando atacar militarmente instalações nucleares iranianas, o que poderia desencadear mais uma guerra no Oriente Médio.

A poucas semanas de disputar um novo mandato, o presidente dos EUA, Barack Obama, tenta acalmar a situação, mas é pressionado por adversários políticos segundo os quais as sanções não estão sendo suficientes para conter o Irã.

Autoridades dos Emirados insistem que a política do país sempre foi cumprir plenamente as regras da ONU e cooperar com o comitê de sanções. Um funcionário árabe que pediu anonimato minimizou o relatório enviado ao Conselho.

"Todos os incidentes foram relatados na época em que aconteceram, e não acontece nenhum incidente há mais de um ano", disse a fonte, que não quis fazer mais comentários.

A missão do Barein na ONU em Nova York não se manifestou, e nenhuma autoridade no próprio país foi imediatamente localizada para fazer comentários.

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