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Banif prevê alta de 15% para gasolina e 4% para diesel

Sem mudar o preço dos seus dois principais produtos --metade da sua receita-- desde junho de 2009, a Petrobras deverá elevar a gasolina em 15 por cento

Analistas do Santander acreditam que a São Martinho deve ser mais prejudicada por intervenções do governo do que a Cosan (SXC.Hu)

Analistas do Santander acreditam que a São Martinho deve ser mais prejudicada por intervenções do governo do que a Cosan (SXC.Hu)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 21h25.

Rio de Janeiro - O Banif considera necessário um ajuste de preços da gasolina e do diesel pela Petrobras diante da defasagem de 33 e 24 por cento para a gasolina e o diesel, respectivamente, em relação ao mercado internacional.

Sem mudar o preço dos seus dois principais produtos --metade da sua receita-- desde junho de 2009, a Petrobras deverá elevar a gasolina em 15 por cento e o diesel em 4 por cento, segundo cálculos do banco.

"Outro fator que reforça essa mudança é nossa estimativa de que nesse ano a Petrobras acumulou perdas potenciais de 2,7 bilhões de reais com essa política", afirmou o banco de investimentos em relatório nesta quarta-feira.

Antecipando uma revisão nos preços projetados para as ações da estatal se houver o aumento, o Banif estima que o lucro e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) da Petrobras possa aumentar em 12 e 9,6 por cento, respectivamente.

O banco destacou ainda que o governo deve reduzir a Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) para evitar impacto maior na inflação, como fez em 2008 e 2010, e com isso a empresa teria tempo para avaliar uma eventual queda do preço dos derivados.

"Isso significaria mais dinheiro indo para a Petrobras e menos dinheiro recolhido pelo governo. Em 2008, a redução na Cide foi de 0,10 e 0,04 real para gasolina e diesel respectivamente, enquanto em 2010 foi de 0,08 real para a gasolina somente", informou o Banif.

Segundo estudo do banco, a política de manutenção de preços no longo prazo adotada nos últimos oito anos pela estatal teve efeito neutro. Pelos cálculos do Banif, a Petrobras perdeu menos de 100 milhões de reais de 2003-2010 com essa política.

"Este resultado foi possível apenas por causa da crise financeira de 2008, que depreciou fortemente os preços do petróleo e derivados na segunda metade do ano", avaliou o relatório.

Apesar da queda dos preços dos derivados de petróleo com a crise, a Petrobras manteve seus preços em nível alto na época.

Os únicos anos em que a estatal teria ganho com sua política de manutenção de preços no longo prazo, segundo o Banif, foram 2003, 2009 e 2010.

"Desde o fim de 2010, contudo, o preço internacional de petróleo e seus derivados subiu, com uma abertura no spread dos preços locais. Desde março, esta situação se agravou, levando as perdas diárias potenciais para valores ao redor de 50 milhões de reais", explicou o banco.

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