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Bangladesh mobiliza Exército por ajuda humanitária a rohingyas

A decisão dá início a uma etapa de envolvimento direto do exército de Bangladesh na crise humanitária envolvendo a minoria muçulmana

Mais de 420.000 rohinygas se refugiaram em Bangladesh por causa da violência em Mianmar (Cathal McNaughton/Reuters)

Mais de 420.000 rohinygas se refugiaram em Bangladesh por causa da violência em Mianmar (Cathal McNaughton/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 14h17.

Bangladesh ordenou nesta quarta-feira que suas Forças Armadas participem da distribuição de ajuda humanitária e da construção de abrigos para os refugiados rohinygas, indicou uma fonte do governo.

O exército nacional vai se posicionar na região de Cox's Bazar, anunciou à AFP Obadiul Quader, funcionário muito influente no governo da primeira-ministra Sheikh Hasina, e segundo mais alto dirigente do partido no poder, o Awami League.

Mais de 420.000 rohinygas se refugiaram em Bangladesh por causa da violência em Mianmar.

Esta decisão dá início a uma etapa de envolvimento direto do exército de Bangladesh nesta crise humanitária.

Na semana passada, as autoridades encomendaram a tarefa de levar ajuda internacional aos campos de deslocados.

Nesta quarta, Sheikh Hasina reiterou seu apelo para que Mianmar readmita em seu território os 420.000 refugiados rohingyas.

"Nós afirmamos a Mianmar 'são seus cidadãos, devem readmiti-los, garantir sua segurança, acolhê-los, não deve existir opressão nem tortura'", afirmou a primeira-ministra em Nova York durante uma reunião com seus compatriotas, segundo a imprensa de Bangladesh.

Sheikh Hasina está em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, onde deve discursar na quinta-feira.

Hasina reiterou o apelo depois que a líder birmanesa Aung San Suu Kyi declarou que Mianmar estava "pronta" para um retorno dos refugiados rohingyas.

Os rohingyas, a maior população apátrida do mundo, são considerados há várias décadas estrangeiros em Mianmar, país com 90% da população budista.

Os rohingyas sofrem uma discriminação que impede viagens ou casamentos sem autorização. Também estão privados do acesso ao mercado de trabalho e aos serviços públicos, como escolas e hospitais.

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