Pelo menos 50 mil manifestantes são esperados nos arredores do Parlamento no sábado, disse o chefe de polícia (Chaiwat Subprasom/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 09h37.
Bangcoc - A polícia tailandesa anunciou nesta sexta-feira que vai mobilizar quase 17 mil agentes para evitar a violência durante um protesto da oposição no fim de semana, após o governo ter evocado uma lei especial de segurança alegando haver risco à democracia.
A manifestação pode abrir uma nova fase de turbulência política na Tailândia, que tem registrado episódios violentos nas ruas nos últimos anos. Em 2010, o Exército interveio para dissolver uma mobilização de apoiadores do atual governo, que durante dois meses causou transtornos na capital, Bancoc.
Pelo menos 50 mil manifestantes são esperados nos arredores do Parlamento no sábado, disse o chefe de polícia Adul Saengsingkaew a jornalistas.
A decisão do governo de evocar a Lei de Segurança Interna na região do protesto permitirá que a polícia proíba aglomerações junto a órgãos públicos e prenda pessoas sob a alegação de manter a ordem pública.
Adul disse que a lei "não está em vigor para dispersar a manifestação ou impedi-la de acontecer, mas para garantir que o protesto ocorra pacificamente. É uma medida de proteção para assegurar que as manifestações transcorram tranquilamente." Em declaração pela TV na quinta-feira, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra disse que, ao evocar a lei, ela agiu para proteger a democracia.
"Se um grande número de pessoas for mobilizado pela incitação, comandada por aqueles que buscam derrubar um governo eleito e o regime democrático... e se houver evidências de que a violência possa ser usada para alcançar tais fins, então se trata de um caso de segurança nacional", afirmou ela.
O grupo responsável pelo protesto, chamado Pitak Siam ("proteger o Sião", antigo nome do país), é comandado pelo general reformado Boonlert Kaewprasit. Seu primeiro comício, em 28 de outubro, atraiu 20 mil pessoas, segundo os organizadores, ou 7.000, segundo a polícia.
A oposição acusa Yingluck de agir como um fantoche do seu irmão, o ex-premiê Thaksin Shinawatra, que vive autoexilado em Dubai. Ele foi deposto por militares em 2006 e fugiu do país em 2008, logo antes de ser condenado por abuso de poder.
Thaksin é adorado pelos pobres por causa de suas políticas sociais, mas adversários o acusam de ser corrupto e republicano - embora ele e Yingluck expressem apoio à monarquia constitucional.
O partido Puea Thai, de Yingluck, venceu as eleições gerais de julho de 2011, e desde então a Tailândia vive um período de relativa calma, embora permaneça dividida politicamente.
A manifestação ocorre na véspera do início dos debates parlamentares de uma moção de censura apresentada pela oposição, que acusa a primeira-ministra e seu governo de corrupção e incompetência.