Maior shopping no centro da capital tailandesa, Bangcoc, ameaça desabar após incêndios que antingiram o local (.)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2010 às 09h19.
Bangcoc - Um panorama desolador de cinzas e destruição é o que sobrou hoje do que já foi o paraíso das compras no centro de Bangcoc, transformado em campo de batalha durante a remoção do acampamento dos "camisas vermelhas".
Vidros quebrados, escombros ainda fumegantes e veículos carbonizados evidenciam a ressaca dos distúrbios que ontem à noite ocorreram no cruzamento de shoppings de luxo, frequentados habitualmente por turistas e tailandeses endinheirados.
Nesta manhã quase não havia estrangeiros nas ruas, os poucos que circulavam eram jornalistas e curiosos que não queriam perder a oportunidade de ver de perto o terreno considerado o "marco zero" dos protestos, um dia após o fim dos confrontos.
"Sentimos muito com tudo isso que aconteceu. É tudo muito, muito triste", comenta a Agência Efe um turista americano recém-chegado à cidade.
Ao entrar no perímetro isolado, os soldados tailandeses no controle de segurança não estão muito preocupados com a segurança. Agora se ocupam em registrar com seus celulares imagens do que sobrou dos dias de enfrentamentos.
O que chama a atenção não é uma imagem em especial, mas o som da música pop que emitem os megafones de um caminhão da Polícia, uma estratégia que nunca chegou a incomodar os "camisas vermelhas", mas ainda é mantida.
Perto do "marco zero", é possível ver as centenas de tendas de campanha nas quais viveram durante dois meses os ativistas que queriam derrubar o Governo.
Nesse local é mais visível que os 3 mil manifestantes tinham intenção de ficar até o fim, pois não recolheram móveis e utensílios, já que foram retirados à força pelos militares.
Panelas, colchonetes, cadeiras de plástico, ventiladores e inclusive brinquedos de crianças ficaram abandonados.
O outrora centro dos protestos se transformou agora em atração turística da cidade, inclusive para os moradores.
"Medo sempre se tem. Estamos esperando para ver o que vai acontecer", disse Joel, um jovem espanhol que há dois anos trabalha em Bangcoc para uma empresa de exportação.
"É bastante grave o que ocorreu aqui. É muito triste para todos os tailandeses. Não vejo uma solução imediata. Acho que as batalhas na rua não devem ocorrer mais, pelo bem da Tailândia e dos que vivemos aqui", conclui.