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Banco Mundial e ONU adotam programas sociais do Brasil

O Brasil, na opinião do presidente do BM, Jim Yong Kim, "descobriu o 'Santo Graal' da inclusão social"


	As bases dos programas sociais se concentram no plano "Brasil sem Miséria", anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 2011
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

As bases dos programas sociais se concentram no plano "Brasil sem Miséria", anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 2011 (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 19h42.

Brasília - Os programas sociais que tiraram cerca de 40 milhões de brasileiros da pobreza em pouco mais de uma década serão, a partir desta terça-feira, um "modelo" para o Banco Mundial (BM) e para as Nações Unidas, que vão recomendá-los como uma "referência" para os países em desenvolvimento.

Segundo um acordo assinado hoje em Brasília pelo BM, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o governo, esses projetos serão parte fundamental da "Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza", que será oferecida a outros países que ainda lutam contra a miséria.

"Assim como fez com seus programas de combate à aids, que foram uma revolução e serviram de inspiração para o resto do mundo, o Brasil agora dá lições de solidariedade com seus programas sociais e com a inclusão de milhões de pessoas", declarou o presidente do BM, Jim Yong Kim.

O Brasil, na opinião do presidente do BM, "descobriu o 'Santo Graal' da inclusão social", com planos que integram distribuição de renda, geração de empregos e melhorias na saúde, na educação e nas infraestruturas.

Segundo Kim, este país é a prova de que o crescimento econômico "é importante", mas é maior quando vem acompanhado de um "viés social" que considerou "crucial" para impedir a "instabilidade" e fazer com que o melhor desempenho econômico beneficie toda uma população, particularmente, os mais pobres.

As bases dos programas sociais se concentram no plano "Brasil sem Miséria", anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 2011 e que aglutinou e ampliou diferentes projetos de apoio aos mais pobres implantados desde o ano 2000.


Através desses planos, que começaram no governo Fernando Henrique Cardoso, foram aprofundados durante os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e ampliados com Dilma, o Brasil conseguiu tirar da pobreza cerca de 40 milhões de pessoas, segundo dados oficiais.

Estes planos abrangem diversas medidas de apoio financeiro para pessoas de baixa renda tanto nos grandes centros urbanos como na zona rural. Alguns estão inclinados a melhorar o acesso à educação e à saúde e há também iniciativas direcionadas para a construção de moradias dignas, dotadas dos serviços básicos necessários.

Segundo o acordo assinado hoje, a experiência brasileira será compilada em um banco de dados que o BM e o Pnud vão proporcionar ao mundo como um "modelo a se seguir" e que terá assessoria técnica do governo brasileiro.

Em entrevista coletiva após a assinatura do acordo, o presidente do BM minimizou a importância da desaceleração da economia do Brasil no ano passado, cujo crescimento foi de apenas 0,9%.

"Entendemos a decepção que representa para muitos, mas isso teve mais a ver com aspectos externos do que internos e acreditamos que haverá uma recuperação para este ano", disse Kim, que coincidiu com alguns analistas que preveem um crescimento de 3,5% para a economia brasileira em 2013.

"Acreditamos em uma recuperação e que os investimentos atuais (sobretudo em infraestrutura) assentarão as bases para uma retomada do crescimento", declarou.


O presidente do BM, que iniciou sua visita ao Brasil nesta segunda-feira na Bahia, se reuniu depois com o ministro da Fazenda Guido Mantega para discutir a possibilidade de cooperação na criação de um novo índice vinculado aos títulos públicos emitidos pelo país.

Kim tinha um encontro previsto com a presidente Dilma, mas segundo disseram à Agência Efe fontes oficiais, foi cancelado por "problemas nas agendas" dos dois.

Sua última atividade oficial em Brasília será pela noite, quando assistirá a uma cerimônia no Congresso, e depois viajará para o Rio de Janeiro, onde conhecerá o centro de gestão e controle de desastres e se reunirá com as autoridades locais.

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