Combatente do Hamas dentro de um túnel em Gaza: o banco fornecia serviços bancários aos líderes do Hamas (Mohammed Salem/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 06h45.
Washington - Um júri de Nova York determinou nesta segunda-feira que o Arab Bank, a maior entidade bancária da Jordânia, é culpado de ter financiado ataques suicidas do Hamas, organização que os Estados Unidos consideram terrorista desde 1997.
Este veredicto cria um precedente por ser a primeira vez que um banco enfrenta um julgamento sob a Lei Antiterrorista de 1990, que permite exigir compensações em tribunais federais às vítimas de organizações catalogadas como terroristas pelos EUA.
O processo foi iniciado em 2004 por vítimas de uma onda de ataques suicidas com explosivos ocorridos no início da década de 2000 em Israel, Gaza e Cisjordânia nos quais morreram ou ficaram feridos cidadãos americanos.
Os litigantes acusavam o Arab Bank de canalizar as compensações de doadores sauditas às famílias dos suicidas que cometiam os atentados, assim como de fornecer serviços bancários aos líderes do Hamas e a organizações supostamente controladas por este grupo.
O júri concluiu que o banco jordaniano é responsável de financiamento do terrorismo após dois dias de deliberação e 30 dias de julgamento, no qual a entidade assegurou que nunca soube que estava prestando serviços a organizações incluídas na lista de terroristas dos Estados Unidos.
Um julgamento separado determinará a quantia que o Arab Bank deve entregar às 300 pessoas, entre vítimas e parentes de mortes nos ataques suicidas, que sofreram os atentados ocorridos em Israel, Gaza e Cisjordânia entre os anos 2001 e 2004 e agora buscam justiça através da indenização.