O representante do partido pode ganhar ganhar cacife para negociar com a presidente os cargos onde houver despejo dos atuais apadrinhados no Ministério dos Transportes (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2011 às 15h38.
São Paulo - A derrubada da cúpula do Ministério dos Transportes dividiu o PR e abriu uma disputa de poder entre as bancadas do partido na Câmara e no Senado. Deputados e senadores da legenda se enfrentam em uma corrida nos bastidores para ver quem vai levar a interlocução direta e preferencial com a presidente Dilma Rousseff e, a partir daí, ganhar cacife para negociar os cargos onde houver despejo dos atuais apadrinhados no Ministério dos Transportes.
Como o Palácio do Planalto quer distância do secretário-geral do partido, deputado Valdemar Costa Neto (SP), os senadores aproveitam para criar uma linha direta com a Presidência e apresentar seus pleitos. Ao mesmo tempo, os deputados se movimentam e entendem que saíram na frente.
Depois de reunião com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (PR-MG), anunciou que falam oficialmente pela legenda ele e o deputado Luciano Castro (PR-RR), um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Ao mesmo tempo, os senadores Blairo Maggi (PR-MT) e Clésio Andrade (PR-MG) também já bateram à porta do Planalto e até se acertaram no que se refere ao comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Diante do fato consumado de a presidente Dilma ter transformado em titular dos Transportes o ministro interino Paulo Sérgio Passos, Lincoln Portela e Luciano Castro decidiram dar respaldo partidário a ele, adotando-o como o ministro da sigla. Disseram que estavam ali apenas para apoiá-lo, e não para fazer indicações políticas para os postos onde houver troca de comando. Foi com esse mesmo discurso que a dupla se apresentou a Ideli, mas ambos têm a expectativa de que serão ouvidos "no momento adequado" por Dilma.
Já a conversa de Blairo Maggi com Passos foi em outro tom. Assustado com a repercussão negativa das acusações de corrupção que envolveram seu apadrinhado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, o senador levou dois recados. Disse que não indicará nem endossará nenhum nome para o Dnit, caso sua "solicitação" de manter o atual diretor não seja atendida e emendou com um conselho para tirar de cena os deputados. "Procure ficar longe do partido. Ponha o PR no purgatório, porque o PR merece estar no purgatório", recomendou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.