O principal responsável do organismo internacional reiterou seu pedido a Coreia do Norte 'para que cumpra todas as resoluções do Conselho de Segurança (Sebastien Feval/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2012 às 20h33.
Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou nesta sexta-feira sua preocupação pelo anúncio da Coreia do Norte que em abril lançará um satélite mediante um foguete de longo alcance e pediu ao país que 'reconsidere' a decisão.
Segundo um comunicado da ONU, Ban 'está seriamente preocupado' com o anúncio da Coreia do Norte, que pretende lançar o foguete no dia 15 de abril para comemorar o centenário de nascimento do fundador do país, Kim Il-sung.
O principal responsável do organismo internacional reiterou seu pedido a Coreia do Norte 'para que cumpra todas as resoluções do Conselho de Segurança, em particular a 1874, que proíbe qualquer lançamento de tecnologia de mísseis balísticos'.
Além disso, pediu às autoridades norte-coreanas que 'reconsiderem sua decisão em linha com seu recente compromisso de contenção no lançamento de mísseis de longo alcance'.
A Coreia do Norte anunciou hoje o lançamento de um satélite de observação terrestre de órbita polar (Kwangmyongsong-3) 'rumo ao sul desde a estação de Sohae, no condado de Cholsan, província de Pyongan do Norte', segundo indicou a agência de notícias 'KCNA', que citou um porta-voz do Comitê de Tecnologia Espacial da Coreia do Norte.
A fonte explicou que o lançamento, que será realizado junto ao Mar Amarelo, perto da fronteira com a China, acontecerá entre os dias 12 e 16 de abril, e que o satélite norte-coreano será levado pelo foguete Unha-3.
A Coreia do Norte lançou em abril de 2009 o foguete Taepodong-2 com o satélite de comunicações Kwangmyongsong-2, que, segundo o governo norte-coreano, entrou em órbita, embora os serviços de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos assegurem que caiu ao mar sem alcançar seu objetivo.
O lançamento do foguete Taepodong-2 valeu à Coreia do Norte a condenação de parte da comunidade internacional, que interpretou o caso como o teste disfarçado de um míssil balístico de longo alcance.
A ONU emitiu nessa ocasião uma declaração que considerou o lançamento uma violação da resolução de seu Conselho de Segurança que restringe os testes de mísseis balísticos e nucleares do país comunista, mas não chegou a decretar sanções por falta de acordo.
O atual presidente rotativo do Conselho, o embaixador britânico Mark Lyall Grant, insistiu hoje que todas as resoluções do principal órgão de segurança internacional devem ser cumpridas e acrescentou que se a Coreia do Norte levar adiante o lançamento, esse fato pode ser considerado uma violação dessas decisões.