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Ban Ki-moon pede impulsos aos Objetivos do Milênio

Segundo dados da FAO há no planeta 870 milhões de pessoas que sofrem com a fome e 165 milhões de crianças que não recebem uma alimentação suficiente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 20h14.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira que se cumpram as promessas feitas "às famílias do mundo" de erradicar a pobreza extrema e a fome faltando mil dias para terminar o prazo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

"A partir de amanhã faltam mil dias e vou fazer um apelo para acelerar as ações que temos que tomar", afirmou Ban no encerramento da Reunião de Alto Nível sobre a Fome, a Segurança Alimentar e a Nutrição, celebrada pela ONU em Madri.

"Temos que cumprir estas promessas feitas, nos comprometemos com as famílias do mundo", acrescentou.

Reunidos em Nova York no ano 2000, os líderes mundiais se comprometeram a reduzir à metade o número de pessoas que vivem na pobreza extrema - com menos de um dólar por dia - e as que sofrem com a fome no mundo até 2015, um dos oito objetivos do milênio, cuja concretização ainda está distante.

Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) há no planeta 870 milhões de pessoas que sofrem com a fome e 165 milhões de crianças que não recebem uma alimentação suficiente.

Os outros objetivos incluem garantir o acesso à educação fundamental, igualdade para mulheres e meninas, reduzir a mortalidade infantil e materna, combater doenças como a Aids e a malária, e facilitar o acesso à água potável.

"Vamos voltar a nos comprometer em alcançar estes objetivos fixados para conquistar um mundo melhor para todos (...), livre da fome, da necessidade, da pobreza e da subnutrição", afirmou Ban diante de delegações de dezenas de países, ONGs e agências da ONU reunidas em Madri.


O objetivo da Reunião de Alto Nível, um processo de consulta iniciado pela ONU em novembro e encerrado esta quinta-feira em Madri, era refletir sobre os feitos alcançados, discutir os futuros desafios e definir a agenda de desenvolvimento pós-2015.

A partir de suas conclusões, que serão transmitidas em maio ao secretário-geral, Ban apresentará suas propostas em setembro, afirmou.

"O objetivo talvez decisivo daqui em diante é tornar a fome e a pobreza extrema um tema político. Não é um tema de solução técnica, é um tema de compromissos políticos dos governos nacionais que têm que atribuir recursos e implementar programas, com o apoio internacional", enfatizou durante a reunião o diretor-geral da FAO, Luiz Graziano.

"A decisão de erradicar a fome e a pobreza extrema é tomada por uma sociedade: o setor privado, as organizações não governamentais e os governos têm que assumir este compromisso e levantar esta bandeira", emendou.

Amir Abdulla, vice-diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) considerou que "estamos em um bom caminho, mas ainda há muito a fazer".

"Nunca houve tanta comida no mundo (...) e ainda assim vivemos em um mundo onde três milhões e meio de crianças morrem a cada ano de subnutrição" devido a problemas de distribuição e acesso aos alimentos, lamentou.

O chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, anfitrião do encontro, reafirmou o compromisso da Espanha com os objetivos do milênio, apesar da grave crise econômica que o país atravessa e se comprometeu a incrementar sua ajuda ao desenvolvimento "enquanto a situação permitir".

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