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Ban fala em 'crime de guerra' e quer punição a responsáveis

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou o uso de gás sarin na Síria é um "crime de guerra", e que espera que os responsáveis sejam levados à justiça


	Ban Ki-moon: "os resultados são indiscutíveis e arrasadores. Os fatos falam por si só", disse Ban
 (Michael Kooren/Reuters)

Ban Ki-moon: "os resultados são indiscutíveis e arrasadores. Os fatos falam por si só", disse Ban (Michael Kooren/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2013 às 14h48.

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira que seus especialistas confirmaram o uso de gás sarin no ataque do último dia 21 na Síria, um "crime de guerra", e que espera que os responsáveis sejam levados à justiça.

"Os resultados são indiscutíveis e arrasadores. Os fatos falam por si só", disse Ban ao apresentar o relatório dos inspetores para os membros do Conselho de Segurança. "A missão da ONU confirmou, de maneira objetiva e inequívoca, que foram usadas armas químicas na Síria", acrescentou.

Para Ban, é um "crime de guerra" e uma grave violação ao protocolo de 1925 que proíbe o uso em guerra de gases asfixiantes, tóxicos ou similares e meios bacteriológicos. O secretário-geral enfatizou que a comunidade internacional tem a responsabilidade moral de levar os responsáveis à justiça.

Ban, que ficou "profundamente comovido" pelos resultados da investigação, lamentou que o relatório tenha concluído que houve uso de armas químicas em uma escala "relativamente grande" que teve como consequência a morte de civis, "incluídas muitas crianças".

A equipe liderada pelo professor sueco Ake Sellström entrevistou mais de 50 sobreviventes, médicos e equipes de emergência, e recolheu mais de 30 amostras ambientais nas zonas de impacto do ataque.

O relatório mostrou que 85% das amostras de sangue analisadas deram positivo à exposição de gás sarin, e 34 dos 36 pacientes afetados mostraram evidências de envenenamento, segundo o secretário-geral.


Ban detalhou que algumas das vítimas do ataque de Guta Oriental tiveram diagnosticada a presença de "compostos organofosforados" e mostraram sintomas "claros" associados ao sarin, como "perda de consciência, dificuldades respiratórias, visão turva, vômitos e convulsões".

Diante dos fatos apresentados no relatório, o secretário-geral reforçou ao Conselho que a comunidade internacional tem a "responsabilidade moral" de levar os responsáveis à justiça e de garantir que armas químicas não voltem a ser utilizadas como um instrumento para um ato de guerra.

Sobre o acordo fechado este fim de semana entre Estados Unidos e Rússia no qual a Síria se comprometeu a por sob controle internacional seu arsenal químico para que seja destruído, Ban mostrou sua disposição de apoiar o plano russo por todas as vias possíveis.

"Agora a unidade do Conselho de Segurança será crítica. Dada a gravidade da situação, insisto para que o Conselho considere as vias necessárias para garantir que se cumpra o plano através de uma resolução clara", disse Ban, para quem é necessário estabelecer consequências caso a Síria não cumpra sua parte.

O secretário-geral afirmou que este é a maior confirmação de uso de armas químicas contra a população civil desde que foram usadas pelo regime de Saddam Hussein em 1988, e acrescentou que a situação humanitária na Síria é "desesperadora", o que torna necessário fazer todo o possível para que as partes se sentem e negociem.

"Meu desejo é que este incidente sirva como uma chamada de atenção para redobrar os esforços que permitam resolver este conflito e pôr fim ao insuportável sofrimento da população civil", concluiu o secretário-geral.

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