Mundo

Ban está decepcionado e preocupado com referendo na Crimeia

Ao todo, 96,77% dos crimeanos que participaram do referendo do domingo votaram a favor da reunificação com a Rússia


	Ban Ki-Moon: Ban assinalou que está "profundamente decepcionado e preocupado que o referendo da Crimeia só agrave a situação" na Ucrânia
 (AFP)

Ban Ki-Moon: Ban assinalou que está "profundamente decepcionado e preocupado que o referendo da Crimeia só agrave a situação" na Ucrânia (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 15h25.

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se declarou nesta segunda-feira "profundamente decepcionado" pelo referendo realizado no domingo na Crimeia, no qual mais de 95% da população se mostrou a favor de se integrar à Rússia, e mostrou sua preocupação com seu impacto na crise ucraniana.

Ban, através de seu porta-voz Stephan Dujarric, chamou todas as partes "a trabalhar em uma solução guiada pelos princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo o respeito à unidade e à soberania da Ucrânia".

Ao todo, 96,77% dos crimeanos que participaram do referendo do domingo votaram a favor da reunificação com a Rússia e hoje o parlamento da Crimeia aprovou uma resolução pela qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente sua adesão a Moscou.

Em sua primeira reação ao voto, Ban assinalou que está "profundamente decepcionado e preocupado que o referendo da Crimeia só agrave a situação" na Ucrânia, que tachou de anticonstitucional a consulta.

Perguntado em entrevista coletiva, o porta-voz não quis assinalar se o secretário-geral considera a consulta legal ou ilegal e assegurou que sua prioridade é conseguir uma solução diplomática para o conflito.

Nesse sentido, Ban chamou "todas as partes na Ucrânia e aqueles com influência a evitar qualquer passo que possa aumentar mais as tensões" e pediu um "diálogo nacional" para resolver a crise.

"Uma deterioração da situação teria sérias consequências para a população da Ucrânia, da região e além", acrescentou.

Ban condenou, ainda, os episódios de violência registrados durante o fim de semana na parte oriental da Ucrânia e voltou a urgir todas as partes a evitar os choques e a se comprometer a reduzir a tensão.

O porta-voz do diplomata sul-coreano também não quis comentar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia a autoridades russas e ucranianas após a realização do referendo na Crimeia, que os países ocidentais consideram "ilegal" e cujos resultados não reconhecem.

Por sua vez, Dujarric adiantou que o secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, voltará amanhã da Ucrânia, aonde foi para analisar a situação no terreno e para fazer contatos com as partes em conflito.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEuropaONUPolíticaRússia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo