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Baltimore tem atos pacíficos após indiciamento de policiais

Cerca de mil pessoas se reuniram no centro da cidade com cartazes que clamavam por justiça e igualdade racial nos Estados Unidos.

Manifestantes em protesto pacífico em Baltimore, nos Estados Unidos, neste sábado (Protesto pacífico em Baltimore 2/5/2015)

Manifestantes em protesto pacífico em Baltimore, nos Estados Unidos, neste sábado (Protesto pacífico em Baltimore 2/5/2015)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2015 às 11h10.

Brasília - Dois dias depois de seis policiais terem sido indiciados pela morte do jovem negro Freddi Gray, 25, falecido há 15 dias, após ter sido golpeado na coluna antes de morrer, a cidade de Baltimore registrou concentrações pacíficas na manhã e tarde desse sábado. A imprensa local da cidade e também as redes nacionais de televisão destacaram que o clima entre a população que protesta mistura “euforia” pela acusação dos policiais e um sentimento de que a luta por justiça não pode parar.

Cerca de mil pessoas se reuniram no centro da cidade com cartazes que clamavam não só por justiça, mas também por igualdade racial nos Estados Unidos. As concentrações foram pacíficas e não foram registrados novos confrontos entre policiais e manifestantes, como na noite de sexta-feira (1º) em que algumas pessoas foram detidas. A imprensa destacou o clima tranquilo do dia, em contraste com a tensão do começo da semana passada, durante os saques e confrontos.

Para analistas entrevistados pelo jornal Baltimore The Sun e pela rede CNN a população negra da cidade viveu um misto de “alívio” pelo indiciamento e também de “encorajamento”, para continuar a protestar por justiça. Vídeos publicados pelos jornais e no youtube ontem mostraram que na concentração várias pessoas falaram à multidão, a maioria líderes jovens dos bairros dos subúrbios negros.

“Não podemos nos esquecer de que há muitas injustiças acumuladas. E que Baltimore é de todos,  de brancos e de negros, e por isso deve ter iguais condições para todos nós. Não deve ser melhor para os brancos”, disse um jovem estudante.

Alguns manifestaram o temor de que, apesar do indiciamento dos policiais, não aconteça justiça. “Não podemos deixar que aqui ocorra o que já vimos de um caso ir a Júri e depois os autores serem inocentados”, defendeu uma mulher.

A preocupação da população é que, como aconteceu em Ferguson e em Nova York, os envolvidos não sejam julgados ou sejam inocentados perante o júri. No ano passado o jovem Michael Brown, de Ferguson, Estado de Missouri, estava desarmado e levou um tiro por um policial branco, que não foi levado à julgamento sob alegação de falta de provas.

Em julho do ano passado, Eric Garner, 43 anos foi morto após ter sido asfixiado durante ao ser imobilizado por um policial branco em Nova York. Garner era negro e vendia cigarros contrabandeados. O júri popular decidiu não condenar o policial acusado alegando que não havia “provas para condenação”.

Mas depois da segunda-feira (27) que terminou com soldados feridos, mais de 100 detenções e de inúmeras perdas materiais com prédios e carros queimados e veículos saqueados o próprio presidente Barack Obama se pronunciou chamando atenção ao dizer que não foi nenhuma “novidade o que aconteceu com o jovem”, pedindo um exercício de “consciência” pela polícia norte-americana.

A cidade manteve o toque de recolher até a sexta-feira e a Guarda Nacional nas ruas, mas no sábado, o policiamento não tinha reforços e não houve toque de recolher.

O clamor de justiça e o indiciamento dos policiais ocorreu depois dos protestos mais violentos e também da posse da primeira mulher negra a ocupar o cargo mais importante da Justiça dos Estados Unidos, o de procuradora-geral de Justiça. Loretta Lynch foi empossada no mesmo dia das manifestações e detenções e disse que era preciso restaurar a confiança e a fé nas leis do país.

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