Berlim - Alguns exemplares dos sete mil balões luminosos que formaram uma parede luminosa na comemoração do aniversário de 25 anos da queda do Muro de Berlim foram levados como "souvenir" por algumas pessoas, enquanto outros tentam vender os objetos a preço de colecionador pela internet, informa a imprensa alemã nesta segunda-feira.

"Lâmpada de 25 anos da queda do Muro: número limitado. 7.999 euros (R$ 25 mil) negociáveis ", era um dos anúncios divulgados, que foi tirado do ar em pouco tempo no "eBay".

"Olá, vendo uma lâmpada totalmente operacional, parte da história alemã. A lâmpada da queda do muro se encontra em perfeito estado. Preço negociável", postou outro vendedor.

Os primeiros postes, de três metros de altura, e balões começaram a desaparecer já na sexta-feira, quando foram instalados ao longo dos 15 quilômetros do muro. Alguns foram simplesmente retirados, outros destruídos.

A emissora regional "RBB" mostrou na noite de domingo imagens de várias pessoas levando postes de lâmpada pelas ruas de Berlim pela noite.

Alguns "caçadores de lâmpadas", como os chamou o jornal "Berliner Zeitung", carregavam a lembrança nos ombros, outros entraram com eles no metrô ou os levaram de carro.

"Mas, por favor, devolvam, caso contrário será roubo", alertou o apresentador da emissora, pouco convencido que sua orientação seja seguida.

A polícia anunciou nesta segunda-feira que "trata-se de roubo", mas que o proprietário das lâmpadas ainda não apresentou uma denúncia sobre os incidentes.

Segundo Gabriela Miketta, porta-voz da ONG Kulturprojekte Berlin (Projetos Culturais de Berlim), idealizadora do simbólico muro luminoso de sete mil balões, alguns dos postes e balões "simplesmente desapareceram", segundo o jornal "Der Spiegel".

A liberação dos balões de hélio encerrou no domingo o fim de semana festivo da queda do muro de Berlim que dividiu a cidade durante 28 anos.

Centenas de milhares de pessoas se reuniram na frente do palco montado no Portão de Brandemburgo para ver a liberação dos balões apesar do frio. A cerimônia durante cerca de meia hora.

Quando os balões subiram ao céu já escuro, a orquestra Staatskapelle tocava a Nona Sinfonia de Beethoven sob o comando do maestro argentino Daniel Barenboim.

Os primeiros balões foram apadrinhados por figuras marcantes da época da queda do muro, como o ex-presidente polonês Lech Walesa e o atual presidente alemão e antigo ativista na Alemanha Oriental, Joachim Gauck.

Quem também marcou presença no evento foi o último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, que foi aclamado em várias ocasiões pelo público aos gritos de "Gorbi, Gorbi!".