Mundo

Balões com lixo da Coreia do Norte fecham aeroporto de Seul

Envios seriam retaliação por propagandas feitas por desertores norte-coreanos e ativistas no Sul; casos mais recentes ocorrem em meio a tensões na península coreana

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 26 de junho de 2024 às 14h09.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 14h14.

Tudo sobreCoreia do Norte
Saiba mais

As decolagens e aterrissagens no Aeroporto Internacional de Incheon, o mais movimentado da Coreia do Sul, foram interrompidas por cerca de 3 horas na madrugada desta quarta-feira. O caso ocorreu após balões cheios de lixo lançados pela Coreia do Norte terem pousado na pista perto do terminal de passageiros, segundo um porta-voz do aeroporto.

Outros balões também foram avistados na área circundante, e voos que deveriam aterrissar no local precisaram ser desviados para outros aeroportos coreanos. Um voo de carga chinês foi redirecionado para a cidade de Yantai, na China. O aeroporto de Incheon, localizado a cerca de 40 km da fronteira com o Norte, retomou as operações horas depois.

A Coreia do Norte tem enviado balões repletos de lixo para o Sul desde o final de maio. De acordo com o Exército sul-coreano, cerca de 100 balões aterrissaram no território entre terça e quarta-feira. Os lançamentos mais recentes ocorrem em meio a tensões na península coreana após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitar Pyongyang e assinar uma parceria estratégica com o líder norte-coreano Kim Jong-un.

O acordo recebeu condenação da Coreia do Sul e do Japão, e levantou preocupações sobre a cooperação crescente entre Moscou e Pyongyang. Os Estados Unidos também disseram que a visita foi um avanço na transferência de munições do regime de Kim para ajudar a Rússia na guerra na Ucrânia. A aliança significa que Washington deverá recalcular o que pode acontecer numa ofensiva contra o Norte.

Balões com parasitas

Pyongyang afirmou que os balões são uma retaliação a uma campanha de propaganda por parte de desertores norte-coreanos e ativistas no Sul, que regularmente enviam balões com alimentos, remédios e folhetos criticando os líderes do Norte. Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, criticou na semana passada o que ela descreveu como a “repugnante escória de desertores” que envia panfletos ao Norte.

Segundo o governo sul-coreano, alguns dos balões vindos de Pyongyang nesta semana carregavam parasitas provenientes do que parecia ser fezes humanas, além de meias e roupas íntimas sujas. Em comunicado nesta segunda-feira, o ministério da unificação da Coreia do Sul disse que “análises de agências especializadas revelaram a presença de numerosos parasitas como lombrigas, tricocéfalos e ancilostomídeos”.

O órgão acrescentou que as roupas esfarrapadas recolhidas dos balões mostravam as “severas dificuldades” enfrentadas pela população no Norte. Afirmou, ainda, que alguns itens enviados eram “proibidos pelas autoridades norte-coreanas”, como calças skinny e roupas com imagens falsificadas do Ursinho Pooh, Mickey Mouse e Hello Kitty.

Seul respondeu reiniciando o uso de alto-falantes gigantes para transmitir propaganda e músicas pop pela fronteira. A Coreia do Norte também lançou um míssil balístico não identificado na manhã de quarta-feira, que pareceu explodir enquanto tentava realizar manobras sobre o Mar do Japão.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteCoreia do Sul

Mais de Mundo

Hezbollah afirma que recebeu mensagens israelenses após primeira onda de explosões

Líder do Hezbollah afirma que Israel ultrapassou todos os limites e linhas vermelhas

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões