Filipinas: a baleia morreu de fome porque não conseguia se alimentar sozinha (Darrell Blatchley/D' Bone Collector Museum Inc./Reprodução)
AFP
Publicado em 18 de março de 2019 às 13h50.
Uma baleia morreu de fome com 40 kg de resíduos de plástico em seu estômago depois que ela acabou encalhada nas Filipinas, anunciaram autoridades nesta segunda-feira.
Ambientalistas acusam as Filipinas de serem um dos países mais poluidores do mar devido ao uso generalizado de produtos plásticos descartáveis.
Este tipo de poluição, que também persiste em outros países do Sudeste Asiático, é regularmente responsável pela morte de baleias, tartarugas e outros animais selvagens.
O escritório de pesca e o Museu Coletor D'Bone fizaram uma necropsia no animal e encontraram cerca de 40 kg de plástico em seu estômago, de sacolas de compras a embalagens de arroz.
A baleia morreu de fome porque não conseguia se alimentar sozinha. Seu estômago estava cheio, disse Darrell Blatchley, diretor do museu.
Aabot sa 40 kilo ng iba’t-ibang uri ng basurang plastic ang nadiskubre sa tiyan ng namatay na Cuvier’s beaked whale sa baybayin ng Barangay Caduanan, Mabini, Compostela Valley. (📸Darrell Blatchley) @gmanews @dzbb @gmanewsbreaking pic.twitter.com/Zn1NLVPem8
— peewee bacuño (@PeeweeBacuno) March 17, 2019
"É repugnante, corta o coração", disse ele à AFP. "Nós praticamos autópsias em 61 golfinhos e baleias nos últimos dez anos e é uma das massas mais importantes (de plástico) que encontramos", disse ele.
O cetáceo, de 4,7 metros, acabou encalhado na sexta-feira na cidade de Mabini. As autoridades locais ajudadas pelos pescadores tentaram levá-la ao mar, mas a baleia retornou à costa.
"Não consegui nadar sozinho, estava fraco", disse à AFP Fatma Idris, diretora do escritório regional de pesca. "O animal estava desidratado, no segundo dia estava lutando e vomitando sangue."
Há algumas semanas, o grupo de associações e ONG Global Alliance for Incinerator Alternative publicou um relatório sobre as "quantidades "consternadoras de objetos de plástico para uso único nas Filipinas, incluindo cerca de 60 milhões de sacolas por ano.
A legislação sobre resíduos é rigorosa nas Filipinas, mas os ecologistas dizem que ela não é aplicada.