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Balanço de incêndio em Londres aumenta para 79 mortos

Até o momento, apenas cinco cadáveres foram formalmente identificados

Incêndio: quase 600 pessoas moravam no imóvel de 120 apartamentos (Carl Court/Getty Images)

Incêndio: quase 600 pessoas moravam no imóvel de 120 apartamentos (Carl Court/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de junho de 2017 às 08h25.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 10h26.

O incêndio em um prédio de apartamentos de Londres na semana passada deixou 79 pessoas mortas ou consideradas mortas, anunciou a polícia nesta segunda-feira, ao elevar o balanço anterior, de 58 vítimas fatais.

"Nesta manhã, temo dizer que agora há 79 pessoas que acreditamos que estão mortas ou desaparecidas e, infelizmente, tenho que presumir que estão mortas", afirmou o comandante de polícia Stuart Cundy.

Cundy disse ter a esperança de que algumas vítimas estejam vivas, ao citar alguns casos de pessoas consideradas desaparecidas que estavam bem. Mas ao mesmo tempo expressou o temor de que algumas pessoas poderiam estar no edifício sem que ninguém soubesse de sua presença.

O incêndio na madrugada de quarta-feira se alastrou rapidamente na Torre Grenfel, um edifício de 24 andares no bairro londrino de Kensington.

Quase 600 pessoas moravam no imóvel de 120 apartamentos.

"O número de 79 pode mudar", disse Cundy, que prevê novas alterações no balanço e recordou as dificuldades para identificar os corpos "pela intensidade do fogo e a devastação".

Até o momento apenas cinco cadáveres foram formalmente identificados.

"É realmente difícil descrever a devastação provocada pelo fogo", completou.

Minuto de silêncio e indignação

O país observou um minuto de silêncio nesta segunda-feira às 11H00 (7H00 de Brasília) por uma tragédia que comoveu os ingleses, que não param de ter sustos e vivenciaram quatro atentados em três meses.

A imprensa britânica cita até 70 desaparecidos. O governo marroquino informou que sete cidadãos do país foram identificados entre as vítimas.

A primeira-ministra Theresa May foi muito criticada por ter evitado os moradores quando visitou o local do incêndio na quinta-feira e ouviu gritos de "vergonha" e "covarde" ao retornar à região no dia seguinte.

As autoridades temem que algumas vítimas nunca sejam identificadas, consequência das altas temperaturas registradas no incêndio.

Na sexta-feira, sobreviventes da tragédia, parentes de vítimas e integrantes da comunidade local demonstraram sua revolta ao invadir a prefeitura do bairro de Kensington e Chelsea, onde fica a torre.

"Queremos justiça", "Vergonha", "Assassinos", gritaram os manifestantes, que também apontaram contra a primeira-ministra: "Theresa May, hora de sair".

Os manifestantes criticam as autoridades locais que, segundo os moradores, ignoraram suas inquietaçõessobre a segurança do prédio de 24 andares porque eram em sua maioria pobres.

Muitos denunciaram a falta de saídas de emergência, a ausência de extintores e de alarmes anti-incêndio. Além disso, o revestimento instalado ano passado sobre a fachada teria, afirmam, favorecido a propagação do fogo.

"Até onde as evidências nos levarem"

Cundy prometeu uma investigação oficial "exaustiva" que também abordará o impacto da reforma do prédio no ano passado, quando um revestimento com material inflamável foi colocado na fachada, o que pode estar por trás da expansão das chamas.

"Vamos até onde as evidências nos levarem", prometeu o comandante, "para garantir que todos os responsáveis serão levados à justiça".

A tragédia, que ainda não teve a origem determinada, provocou um grande movimento de solidariedade. Mais de três milhões libras foram arrecadadas para as vítimas, além de roupas e alimentos.

Após os distúrbios no bairro onde aconteceu o incêndio e das críticas à resposta do governo conservador, a rainha Elizabeth II pediu unidade nacional.

"Este é tradicionalmente um dia de festa", disse na mensagem por ocasião da celebração de seu aniversário de 91 anos.

"Mas este ano é difícil não sentir o sombrio estado de ânimo nacional", completou, antes de pedir aos britânicos que não desmoronem ante a "sucessão de terríveis tragédias" dos últimos meses.

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