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Baixo investimento industrial reduz eficiência energética

Eficiência diminui consumo de energia, baixando custos e poupando recursos naturais não renováveis

Trabalhadores empacotam produtos em caixas na fábrica da Natura em Cajamar, São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

Trabalhadores empacotam produtos em caixas na fábrica da Natura em Cajamar, São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 12h38.

São Paulo - O baixo investimento industrial no Brasil foi um dos principais fatores que determinaram a diminuição da eficiência energética no setor, mostra estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. A pesquisa do economista Marlon Bruno Salazar avaliou o impacto da eficiência energética na demanda de energia da indústria brasileira no período de 1970 a 2008.

A partir de 1994, quando a taxa de investimento alcançou 20,75% do PIB, os índices declinaram até chegar, em 2003, a apenas 15,28% do PIB, o menor valor da série histórica utilizada na pesquisa. Em 2008, os apontadores melhoraram e atingiram 19,11% do PIB. “Comparando os dados obtidos, fica claro que a eficiência energética passa a aumentar justamente no período de recuperação do investimento”, aponta o economista.

“O aumento da taxa de investimento na economia, além de melhorar a eficiência energética na indústria, também é responsável por reduzir o consumo de energia e beneficiar o próprio setor industrial por meio da redução de custos como também toda a sociedade através dos benefícios que a redução da produção de energia pode gerar no meio ambiente e na poupança de recursos não renováveis”, ressalta Salazar.

Energia

O economista explica que há diferentes tipos de indústrias produzindo uma grande variedade de produtos. Indústrias como a de ferro-gusa e alumínio são consideradas energo-intensivas, pois consomem muito mais energia para a produção de uma unidade de valor. Por outro lado, indústrias de informática ou automobilísticas apresentam uma menor intensidade, pois geram mais valor agregado a partir de uma determinada quantidade de energia consumida.

“Dentro desse contexto, uma importante iniciativa seria incentivar a mudança na estrutura do setor industrial, dando mais apoio para setores que sejam energo-intensivos, ou seja, aqueles setores que mais utilizam energia para produção de uma unidade de produto”, afirma Salazar. A pesquisa foi orientada pelo professor Roberto Arruda de Souza Lima, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Esalq.

Segundo o economista, a energia é um dos principais insumos de produção nos setores energo-intensivos e seu custo representa importantes parcelas nas estruturas de custos das empresas. A partir da constatação de que a indústria é ineficiente na utilização da energia, é possível que haja um investimento na redução desse consumo. “O governo pode incentivar o setor a investir em procedimentos ou equipamentos mais eficientes”, afirma.

Nos últimos anos, com o crescimento econômico do Brasil, a demanda por energia tem aumentado. O problema é que todas as alternativas para supri-la apresentam algum tipo de malefício à sociedade ou ao meio ambiente. A construção de hidrelétricas requer, por exemplo, reservatórios para armazenagem. Já as termoelétricas produzem energia por meio da queima de algum combustível fóssil. “Uma das soluções para minimizar os impactos ambientais decorrentes do consumo de energia seria aumentar a eficiência energética e assim reduzir a necessidade de novos investimentos nesse setor”, conclui Salazar.

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