"A violência contra mulheres e meninas continua sendo generalizada", afirmou Bachelet no início da 57ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Condição Social e Jurídica da Mulher (©AFP / Joel Saget)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2013 às 18h21.
Nações Unidas - A diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira à comunidade internacional que se una contra a violência contra as mulheres, alegando que "é hora de agir".
"A violência contra mulheres e meninas continua sendo generalizada", afirmou Bachelet no início da 57ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Condição Social e Jurídica da Mulher, que tentará chegar a um acordo sobre medidas concretas para combater a violência contra as mulheres.
A ex-presidente do Chile afirmou que "esta não é apenas mais uma reunião" porque "a situação mudou" após as ondas de indignação e protestos geradas nos últimos meses pelo atentado contra Malala, a menina paquistanesa ferida por extremistas islâmicos por defender o direito à educação, e pelo estupro e assassinato de uma jovem estudante universitária na Índia.
A 57ª reunião da Comissão, que acaba no próximo dia 15, tentará fechar uma declaração conjunta que estabeleça que a violência contra a mulher é inaceitável e que cada país deve iniciar planos de ação para prevení-la e apoiar as vítimas.
Bachelet destacou que esta reunião, da qual participarão cerca de 6.000 pessoas de organizações civis de todo o mundo, é "a maior" já realizada no mundo pelo fim da violência contra as mulheres e meninas.
A política chilena também insistiu que a aprovação de medidas legais não é suficiente, já que é preciso garantir sua aplicação na prática. "A impunidade é ainda a norma, ao invés da exceção", alertou.
Além de pôr fim a essa impunidade dos autores dos crimes "é preciso estender os serviços" de assistência e apoio às vítimas sobreviventes.
A presidente da reunião, Marjon Kamara (Libéria), afirmou no início dos debates que "a atual situação de violência contra a mulher é inaceitável e deve ter um fim". Para isso, pediu "ações sistemáticas na prática que gerem uma mudança significativa em favor de mulheres e meninas" de todo o mundo.