Paris - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, destacou a necessidade de considerar o papel fundamental dos oceanos na luta contra a mudança climática, durante seu discurso no plenário da 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que teve início nesta segunda-feira em Paris.

Bachelet pediu aos líderes mundiais para não deixarem de lado a conservação dos oceanos nas negociações climáticas e que também não se esqueçam da contribuição que eles podem ter na luta contra o aquecimento global.

Além disso, a presidente chilena pediu que a "a dimensão de gênero" seja incluída nas negociações. "As mulheres são vítimas (da mudança climática), mas também são solução".

"O Chile perseguirá em Paris um acordo ambicioso, diferenciado, universal e vinculativo para que as novas gerações saibam que esteve à altura do desafio colocado pela mudança climática", disse a presidente.

Bachelet destacou a vontade de seu país de "seguir sendo parte da solução para problema" e disse que o Chile "procura conter o crescimento das emissões, priorizando a melhora das condições de vida dos mais vulneráveis".

A presidente lembrou que o Chile adotou um imposto sobre as emissões de carbono, que será implantado a partir de 2017, e que o país faz parte da coalizão de líderes pelo preço do carbono, que buscam a "internacionalização" dos custos associados à mudança climática.

No entanto, reiterou que os países desenvolvidos precisam exercer um compromisso "claro, durável e vinculativo" na luta contra o aquecimento global.

"Já vivemos as consequências da inação passada", criticou a presidente chilena, ao se referir à falta de medidas para conter o problema até então.

Bachelet afirmou que a mudança climática foi responsável pelas inundações que ocorreram no Chile em abril. "Em um dia choveu o mesmo do que nos outros 14", disse a presidente.