No domingo, um grupo de seis observadores militares não armados chegou à capital síria para começar a verificar o cumprimento do plano de paz (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2012 às 14h57.
Beirute - Quatro aviões aterrissaram nesta quarta-feira no aeroporto internacional de Beirute transportando dez veículos que deverão ser entregues aos observadores das Nações Unidas atualmente na Síria, anunciou a imprensa local.
A expectativa é de que os dez veículos, transferidos em um avião italiano e três tchecos, sejam levados da capital libanesa até o país vizinho por estrada e sirvam para o desempenho da missão, encarregada de verificar o cumprimento do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan.
O uso destas instalações para o apoio da missão de observadores na Síria suscitou polêmica no Líbano, que desde que explodiram as revoltas no país vizinho se manteve à margem para evitar qualquer contágio ou desestabilização.
A imprensa local informou nesta quarta-feira que as autoridades libanesas tinham rejeitado a utilização de um aeroporto em desuso na localidade de Kleiat, próximo à província síria de Homs, bastião opositor duramente castigado pelas forças sírias.
Uma fonte próxima ao chefe do Parlamento libanês, Nabih Berri, que pediu anonimato, detalhou à Agência Efe que esse aeroporto local não se encontra nas condições técnicas necessárias para ser utilizado e explicou que o de Beirute é suficiente para a mudança da ajuda humanitária.
O deputado da oposição Khaled Daher, da corrente dirigida pelo ex-primeiro-ministro Saad Hariri, criticou perante os jornalistas a postura do Governo de se manter afastado da crise síria e enfatizou que a missão de observadores conta com o consentimento de Damasco.
O Executivo libanês é liderado pelo grupo xiita Hezbollah, um dos principais aliados do regime sírio na região.
No domingo, um grupo de seis observadores militares não armados chegou à capital síria para começar a verificar o cumprimento do plano de paz, que estipula o fim da violência, a retirada militar das cidades, a libertação dos detidos de forma arbitrária, o acesso à ajuda humanitária e o início de um diálogo político, entre outros pontos.
Desde que começaram os protestos contra o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, em março de 2011, mais de 9 mil pessoas morreram, 200 mil se refugiarem em outros lugares do interior do país, e 30 mil se refugiaram nos estados limítrofes, segundo dados da Organização das Nações Unidas.