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Aviões dos EUA desafiam China em sobrevoo no Mar do Sul

Com sobrevoo, EUA busca reafirmar o direito de tratar a região como um território internacional apesar da reivindicação chinesa sobre a rota marítima

Mar do Sul da China: voo dos bombardeiros B-1B Lancer ocorreu enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, se preparavam para um encontro bilateral nos bastidores da cúpula do G20 (China Photos/Getty Images)

Mar do Sul da China: voo dos bombardeiros B-1B Lancer ocorreu enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, se preparavam para um encontro bilateral nos bastidores da cúpula do G20 (China Photos/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 7 de julho de 2017 às 10h41.

Tóquio / Pequim - Dois bombardeiros norte-americanos sobrevoaram o disputado Mar do Sul da China, informou a Força Aérea dos Estados Unidos nesta sexta-feira, reafirmando o direito de tratar a região como um território internacional apesar da reivindicação chinesa sobre praticamente toda a rota marítima.

O voo dos bombardeiros B-1B Lancer a partir de Guam, na quinta-feira, ocorreu enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, se preparavam para um encontro bilateral nos bastidores da cúpula do G20 na Alemanha.

Os dois líderes devem debater o que a China pode fazer para conter os programas de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte.

Na terça-feira, Pyongyang disparou um míssil balístico intercontinental que alguns especialistas acreditam poder alcançar o Alasca e o Havaí e talvez o noroeste dos EUA.

Embora Trump esteja buscando a ajuda da China para pressionar a Coreia do Norte, os militares norte-americanos vêm afirmando sua "liberdade de navegação" no Mar do Sul da China mesmo correndo o risco de irritar os chineses.

Indagado sobre o voo dos dois bombardeiros dos EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, respondeu não haver nenhum problema com a liberdade de navegação ou sobrevoo nos Mares do Leste e do Sul da China.

"Mas a China se opões resolutamente a que países individuais, usando o argumento da liberdade de navegação e sobrevoo, exibam força militar e prejudiquem a soberania e a segurança da China", disse.

Em um comunicado curto enviado à Reuters, o Ministério da Defesa chinês disse que seu país sempre mantém a vigilância e "monitora efetivamente as atividades militares de países relevantes próximas da China".

"Os militares chineses irão salvaguardar resolutamente nossa soberania e segurança nacionais, além da paz e da estabilidade regionais", acrescentou, sem dar detalhes.

Os EUA criticaram a intensificação da construção de instalações militares chinesas nos recifes e ilhotas que Pequim construiu no Mar do Sul da China, temerosos de que elas possam ser usadas para ampliar seu alcance estratégico.

Brunei, Malásia, Filipinas, Vietnã e Taiwan também reivindicam o mar, através do qual cerca de 5 trilhões de dólares de comércio marítimo circulam todos os anos.

Os dois Lancers que fizeram o voo haviam treinado anteriormente com caças de combate do Japão no vizinho Mar do Leste da China, a primeira vez em que as duas forças realizaram manobras noturnas conjuntas.

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