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Avião solar inicia voo histórico

Energia da aeronave Solar Impulse vem de 12 mil células fotovoltaicas e de baterias de lítio de 400 quilos

Avião experimental que funciona com energia solar voando na Suíça (.)

Avião experimental que funciona com energia solar voando na Suíça (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Payerne, Suíça - O avião experimental Solar Impulse decolou no início da manhã desta quarta-feira de um aeródromo na Suíça para um voo de 25 horas, um teste da capacidade do aparelho movido a energia solar de voar à noite, após ter as baterias carregadas durante o dia.

A energia solar está ainda longe de substituir o combustível comum para propulsar aviões, mas as inovações do Solar Impulse poderão encontrar aplicações em setores como o automobilístico e o espacial, segundo os especialistas.

O Solar Impulse partiu da pista em Payerne, região oeste da Suíça, alcançando 35 km/h antes do piloto Andre Borschberg executar a operação de decolagem às 6H51 (1H51 de Brasília) para um voo que deve durar 25 horas.

O avião tem como única fonte de energia 12.000 células fotovoltaicas que cobrem suas asas e alimentam os quatro motores elétricos, com potência de 10 CV cada. Também permitem recarregar as baterias de lítio polímero de 400 kg.

O aparelho demonstrou funcionar bem durante o dia, com um primeiro voo de sucesso em 7 de abril e outros 10 desde então. Agora precisa ser aprovado no teste noturno, para testar a capacidade das baterias de serem carregadas suficientemente durante o dia e alimentar o avião durante horas sem sol.

"No que diz respeito à aviação comercial, ainda se está relativamente longe de mover um avião com a força da energia solar", reconheceu Pascal Vuilliomenet, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL).

Para este chefe da coordenação de projetos de pesquisa entre o EPFL e a equipe do Solar Impulse, o avião não proporcionará de imediato aplicações comerciais, mas vários de seus subelementos poderão ser utilizados no futuro.


Segundo Vuilliomenet, as pesquisas com os paineis solares levam muito tempo, mas os avanços no terreno dos materiais compostos (resinas e plásticos) utilizados no avião parecem muito promissores.

A optimização dos motores elétricos, utilizados para mover as quatro hélices do Solar Impulse, poderá também encontrar aplicações no setor automobilístico.

Apesar de o protótipo ser muito avançado para ser adaptado para um voo comercial, suas novidades tecnológicas poderão servir para o desenvolvimento de energias verdes , afirmou o autor do projeto, Bertrand Piccard.

"Estamos convencidos que de se um avião pode voar dia e noite sem nenhum combustível, ninguém poderá depois dizer que é impossível utilizar as mesmas tecnologias para os carros, o ar condicionado, a calefação, os computadores ou os eletrodomésticos", insistiu.

Anil Sethi, diretor-geral da empresa Flisom, especializada em paineis solares ultrafinos e flexíveis, prevê que a energia solar terá, sim, um futuro na aviação, e que projetos como o Solar Impulse podem também ter aplicações em terra, com veículos alimentados pelas elegantes lâminas solares.

De imediato, os combustíveis chamados verdes menos poluentes poderão ser utilizados na aviação, segundo Robert McIlveen, do grupo de pesquisas britânico Policy Exchange.

Segundo um relatório publicado pelo grupo de pesquisas, a introdução em grande escala desses combustíveis ecológicos permitirá reduzir em 15% , até 2020, e 60%, até 2050, as emissões de gás de efeito estufa da aviação na União Europeia.


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