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Avião presidencial de Milei ficará fora de operação por meses

A aeronave ARG-01 será submetida a reparos, após o governo não renovar licitações necessárias para manutenção

Avião presidencial da Argentina ficará no 'estaleiro' por um longo tempo. (Alex Pena/Anadolu/Getty Images)

Avião presidencial da Argentina ficará no 'estaleiro' por um longo tempo. (Alex Pena/Anadolu/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 4 de julho de 2024 às 10h35.

O presidente da Argentina Javier Milei, enfrentará dificuldades logísticas em suas viagens oficiais nos próximos meses. A aeronave presidencial, um Boeing 757-256 conhecido como ARG-01, ficará fora de operação devido à necessidade de reparos que não foram realizados a tempo. A falta de renovação das licitações para a manutenção obrigatória da aeronave, incluindo uma inspeção maior e a atualização do sistema satélite, resultou na interrupção dos voos. As informações são do Clarín.

A Secretaria Geral da Presidência havia deixado de renovar duas licitações, uma em março e outra há cerca de dez dias, que eram essenciais para a realização da inspeção e adaptação do ARG-01, estimadas em cerca de 3 milhões de dólares (R$ 16,5 milhões). Como consequência, o avião teve seu certificado de aeronavegabilidade expirado em 26 de junho.

Problemas com a manutenção

A suspensão da última licitação gerou críticas devido à maneira desorganizada com que a empresa "Commercial Jet", pré-selecionada para realizar a tarefa, foi desqualificada. Segundo fontes do setor aeronáutico, a atual diretora da Direção Geral de Logística, Florencia Gastaldi, foi apontada como responsável pela falha na operação. A empresa americana teria reservado um espaço em seu hangar para realizar os reparos, mas foi surpreendida pelo inesperado cancelamento.

Enquanto isso, a logística do governo precisará solicitar um plano de "preservação" à Boeing para o ARG-01, enquanto decide se abrirá uma nova licitação ou optará por uma adjudicação direta para a realização da inspeção. Até lá, o avião presidencial não pode voar, exceto para trajetos até oficinas de manutenção.

Apesar do custo elevado da manutenção, o aluguel de voos privados para atender à agenda internacional do presidente também é oneroso. Em novembro de 2022, por exemplo, o governo de Alberto Fernández gastou quase 1 milhão de dólares (R$ 5,5 milhões) em uma viagem com uma aeronave da Aerolíneas Argentinas, que, teoricamente, seria mais barata que a contratação de um jato privado.

Viagem ao Brasil

No próximo sábado (6), Milei deve viajar no Tango 11 (um Learjet 60) para Camboriú, Brasil, onde foi convidado por Jair Bolsonaro para participar da Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC). No entanto, fontes oficiais indicam que ele provavelmente usará uma aeronave da Força Aérea para o deslocamento.

A transferência da frota presidencial para a Força Aérea, anunciada anteriormente, está atrasada. Há divergências orçamentárias que complicam a operação. A Força Aérea exige que o traspasso inclua o orçamento de manutenção de cada unidade. Além disso, o uso frequente do ARG-01 e de outras aeronaves menores por Milei levou a Secretaria Geral a reconsiderar o acordo.

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