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Avião com refugiados que viverão na Itália chega a Roma

Os 101 refugiados, 37 famílias sírias e um iraquiano, entre eles 44 menores e uma grande maioria de mulheres, chegaram muito cansados no avião


	Refugiados: amanhã começa uma nova vida, desta vez em casas nas quais não viverão amontoados e poderão contar com luz, gás e água corrente
 (Max Rossi / Reuters)

Refugiados: amanhã começa uma nova vida, desta vez em casas nas quais não viverão amontoados e poderão contar com luz, gás e água corrente (Max Rossi / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2016 às 09h56.

Roma - Após anos esperando em campos de refugiados, amontoados em casas e vivendo mal em Beirute, 101 sírios acabam de completar a viagem da esperança com o voo que lhes conduziu nesta terça-feira a Roma no marco dos "corredores humanitários" da associação católica Comunidade de São Egídio.

Um aplauso de libertação foi ouvido entre os especiais passageiros deste voo quando às 4h25 local (22h25, em Brasília) o avião de linha da companhia Alitalia decolou desde Beirute com destino a Roma com os refugiados sírios, acompanhados dos voluntários e alguns meios de comunicação, entre eles a Agência Efe.

Os 101 refugiados, 37 famílias sírias e um iraquiano, entre eles 44 menores e uma grande maioria de mulheres, chegaram muito cansados no avião e aproveitaram as três horas de voo para dormir.

Todos levantaram muito cedo para poder chegar ao aeroporto durante a tarde com os voluntários. Depois, os refugiados passaram várias horas em um colégio foi receberam o jantar, mas sobretudo foram necessárias até quatro horas para que passassem por todos os controles de passaportes e vistos no aeroporto de Beirute.

Um voluntário de São Egídio comentou com os jornalistas que graças a este projeto os refugiados estavam sobrevoando um Mediterrâneo que alguns deles tinha decidido atravessar em uma destas chamados "viagens da esperança" a bordo de um barco e que para muitos terminam sendo "viagens da morte".

Em Roma, os refugiados foram recebidos por uma delegação de São Egídio e das igrejas Evangélicas e o vice-ministro das Relações Exteriores italiano, Mario Giro, e sobretudo por muitos voluntários que levaram rosas para as mulheres e jogos e lápis de cores para as crianças.

Chegados ao aeroporto de Fiumicino, os refugiados tiveram que enfrentar de novo horas de espera para que os documentos fossem revisados e as impressões digitais tiradas; muitos deles ainda esperam outra viagem rumo a Milão ou Turim, onde só chegarão nesta noite.

Amanhã começa uma nova vida, desta vez em casas nas quais não viverão amontoados e nas quais poderão contar com luz, gás e água corrente, um luxo para muitos deles que nos últimos anos estão vivendo em campos de refugiados que eles mesmos organizaram pagando aluguéis aos proprietários de terras.

Alguns irão para instalações da igreja Evangélica, promotora do projeto, outros para casas particulares ou apartamentos que foram colocados à disposição por algumas paróquias.

A voluntária da ONG "Mediterranean Hope" que junto com São Egídio é responsável pela organização deste projeto no Líbano, Sinome Scotta, explicou à Agência Efe que para as 44 crianças que viajam neste segundo "corredor humanitário" - o primeiro foi em fevereiro e chegaram 93 pessoas - será difícil que comecem o colégio já que só resta um mês de curso, mas serão escolarizados em setembro.

Por isso que tanto para os adultos como para as crianças foi preparado um programa intensivo de quatro horas por dia para aprender italiano.

Já desde amanhã alguns dos refugiados sírios com graves doenças serão atendidos por especialistas, entre aqueles Layth, um pequeno que nasceu em 28 de fevereiro com espinho bífida e que será operado em Turim o mais rápido possível pois a intervenção deve ser feita antes do terceiro mês de vida.

Mas também Raghad, de 4 anos, que viajou com seus pais e seus três irmãos poderá receber os fármacos e as transfusões de sangue necessárias para poder viver ao sofrer de "talasemia".

Os voluntários da Mediterranean Hope e de São Egídio devem voltar na próxima semana a Beirute para preparar um novo "corredor humanitário" e trazer em junho outros 50 refugiados sírios e chegar assim aos 250 pactados com o governo italiano.

Os próximos serão eritreus e subsaarianos e no total esperam poder salvar mil refugiados nos próximos dois anos.

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