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Trump confirma que não há sobreviventes em acidente aéreo em Washington

Acidente no aeroporto de Reagan National mobiliza centenas de socorristas; autoridades confirmam que não há sobreviventes e ao menos 30 corpos foram recuperados

Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 05h27.

Última atualização em 30 de janeiro de 2025 às 14h11.

Um avião da American Airlines, com 60 passageiros e quatro tripulantes, colidiu na noite de quarta-feira, 29, com um helicóptero militar com três soldados enquanto se aproximava do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, nos Estados Unidos. As autoridades americanas afirmaram que não há sobreviventes em nenhuma das aeronaves e ao menos 30 corpos já foram recuperados.

Em coletiva, o presidente Donald Trump confirmou a informação e disse que "esta foi uma noite sombria e angustiante na capital do nosso país, na história da nossa nação, e uma tragédia de proporções terríveis."

“Infelizmente, não há sobreviventes”, disse Trump na sala de imprensa da Casa Branca nesta quinta. "O trabalho agora mudou para uma missão de recuperação", declarou Trump, acrescentando que a quarta foi "uma noite sombria e angustiante".

O acidente provocou uma grande operação de busca e resgate no rio Potomac, aonde partes das aeronaves caíram.

Ainda não se sabe o que causou a colisão. O tráfego aéreo no aeroporto foi suspenso enquanto equipes de resgate buscavam possíveis sobreviventes.

Mergulhadores e helicópteros de diferentes agências de segurança participaram da operação. Trump afirmou ainda que a Casa Branca tem "fortes opiniões sobre o que causou o acidente".

"Nós não sabemos o que levou a este acidente, mas temos opiniões e ideias muito fortes sobre isso", disse Trump. "Acredito que provavelmente vamos expor essas opiniões agora, porque, ao longo dos anos, vi coisas como essa acontecerem."

O presidente acrescentou: "Acreditamos ter boas pistas, mas vamos descobrir exatamente como essa tragédia ocorreu e garantir que algo assim nunca mais aconteça."

A Federal Aviation Administration (FAA), agência que regula a aviação nos EUA, informou que o acidente ocorreu pouco antes das 21h (horário da Costa Leste). O avião, um Bombardier CRJ-701 fabricado em 2004 e com capacidade para até 70 passageiros, havia decolado de Wichita, no Kansas.

O voo 5342 da American Airlines estava a aproximadamente 400 pés (cerca de 120 metros) de altitude e a 140 milhas por hora (225 km/h) quando perdeu altura rapidamente sobre o rio Potomac. O transponder da aeronave parou de transmitir cerca de 2.400 pés antes da pista de pouso.

Minutos antes da colisão, a torre de controle pediu que os pilotos do jato mudassem a aproximação para a pista 33 do aeroporto. Segundo registros de áudio, um controlador de tráfego aéreo questionou se o helicóptero via a aeronave comercial se aproximando e instruiu: “PAT 25, passe atrás do CRJ.” Segundos depois, os dois veículos colidiram.

A FAA informou que pelo menos 300 socorristas foram mobilizados para as buscas, com barcos e refletores iluminando o local do impacto. O chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, John Donnelly, classificou a operação como “altamente complexa” devido às condições adversas da água e do vento.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, expressou pesar pelo acidente e garantiu que a companhia está priorizando o apoio aos passageiros, familiares e equipes de resgate.

O Departamento de Defesa e a FAA abriram investigações para entender as circunstâncias da colisão. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que as Forças Armadas já iniciaram uma apuração interna. O recém-nomeado secretário de Transportes, Sean Duffy, garantiu que sua equipe fornecerá todos os recursos necessários.

Quem estava a bordo do avião

Um grupo de patinadores artísticos, seus treinadores e familiares estavam a bordo do voo 5342 da American Airlines, informou a Federação de Patinação Artística dos Estados Unidos. Alguns atletas russos também estavam na aeronave.

"A U.S. Figure Skating pode confirmar que vários membros da nossa comunidade de patinação estavam infelizmente a bordo do voo 5342 da American Airlines, que colidiu com um helicóptero ontem à noite em Washington, D.C.", disse a organização em um comunicado publicado pela imprensa local, segundo a agência de notícias EFE.

Esses atletas, treinadores e familiares retornavam do Acampamento Nacional de Desenvolvimento, realizado em conjunto com o Campeonato de Patinação Artística dos EUA, em Wichita, Kansas.

"Estamos devastados por esta tragédia indescritível e guardamos as famílias das vítimas muito perto de nossos corações. Continuaremos monitorando a situação e divulgaremos mais informações assim que estiverem disponíveis", completou a nota.

De acordo com a agência estatal russa TASS, a ex-patinadora Inna Volyanskaya, medalhista de bronze na patinação em dupla no campeonato da União Soviética, estava entre os passageiros da aeronave.

Além disso, o canal de Telegram "Shot" afirmou que o patinador russo Maxim Naumov também estava a bordo do voo.

Histórico de acidentes na região

O aeroporto de Reagan National, localizado às margens do Potomac, é conhecido por sua proximidade com o centro de Washington, o que torna seu espaço aéreo um dos mais monitorados do mundo.

A colisão remete ao acidente de 1982, quando um avião da Air Florida caiu no rio Potomac após a decolagem, matando 78 pessoas. Esse desastre foi causado por más condições meteorológicas, ao contrário da noite do acidente desta quarta-feira, que registrava temperatura amena de 15°C, embora com rajadas de vento de até 40 km/h.

A última tragédia envolvendo uma companhia aérea dos EUA ocorreu em 2009, quando um Bombardier DHC-8 caiu próximo a Buffalo, Nova York, matando 50 pessoas.

Pentágono abre investigação sobre acidente

O Pentágono anunciou que iniciou uma investigação oficial para apurar as causas da colisão, sendo este o primeiro grande desafio do recém-nomeado secretário de Defesa, Pete Hegseth.

As principais linhas de investigação incluem:

  • Possível falha de comunicação entre os pilotos e o controle de tráfego aéreo, uma vez que o espaço aéreo sobre Washington, D.C., é rigidamente controlado.
  • Problemas técnicos nos sistemas de alerta e prevenção de colisões das aeronaves.
  • Fatores climáticos e a possível influência das condições meteorológicas na noite do acidente.

Segundo a Bloomberg, os investigadores esperam recuperar rapidamente as caixas-pretas das aeronaves para esclarecer o que levou à colisão.

A colisão aérea gerou preocupação sobre a segurança do espaço aéreo em Washington, D.C., uma das regiões mais vigiadas dos EUA. O incidente paralisou temporariamente as operações do Aeroporto Ronald Reagan, impactando centenas de voos domésticos e internacionais.

Além disso, o acidente reforçou debates sobre a segurança operacional de aeronaves militares e civis compartilhando o mesmo espaço aéreo.

Especialistas apontam que, embora colisões aéreas sejam raras, o crescimento da movimentação aérea e a presença constante de aeronaves militares em áreas urbanas podem exigir novas regulamentações para evitar tragédias semelhantes.

As operações de resgate e recuperação dos destroços continuam, enquanto autoridades federais e militares trabalham para entender o que levou à colisão. O governo dos EUA deve apresentar um relatório preliminar nas próximas semanas, com as primeiras conclusões sobre o acidente.

 

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