Refugiados participam de uma manifestação contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad (REUTERS / Ali Jarekji)
Da Redação
Publicado em 25 de janeiro de 2013 às 09h33.
Damasco - A aviação síria bombardeou nesta sexta-feira a periferia de Damasco, no mesmo dia em que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou sobre a chegada de 6.400 novos refugiados sírios à Jordânia nas últimas 24 horas.
Na manhã desta sexta-feira, os caça-bombardeiros entraram em ação dirigindo seus ataques especialmente contra a Guta Oriental, uma região próxima a Damasco onde os rebeldes instalaram suas bases de retaguarda, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha que se informa através de uma rede de militantes e médicos.
Durante a madrugada desta sexta-feira, um camicase da Frente jihadista Al-Nusra detonou seu veículo em Saasaa, a 40 km de Damasco, matando ao menos oito membros dos serviços militares de inteligência, segundo o OSDH, que informou que este balanço poderia aumentar, já que há feridos em estado crítico.
Ao mesmo tempo, um segundo terrorista suicida lançou seu carro contra uma barreira do exército, matando e ferindo vários soldados, acrescentou a ONG, que não pôde fornecer um balanço preciso do número de vítimas.
Já a agência oficial Sana se referiu a "um atentado terrorista em Saasaa" que deixou "mortos e feridos", sem fornecer mais detalhes. O regime compara os rebeldes a terroristas armados e financiados pelo exterior.
Também nesta sexta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou a chegada nas últimas 24 horas de cerca de 6.400 novos refugiados ao campo de Zaatari, na Jordânia.
Na quinta-feira, 4.400 refugiados chegaram à Jordânia e outros 2.000 se dirigiram ao país durante a noite, indicou Melissa Fleming, que ressaltou "o número recorde de refugiados, 30 mil desde o início do mês", que chegaram nas últimas semanas à Jordânia.
Na Síria, as autoridades convocaram para esta sexta-feira, dia das orações muçulmanas, "uma oração de um milhão de fiéis" em todas as mesquitas para pedir a segurança no país.
Tradicionalmente, desde o início dos protestos na Síria os militantes contrários ao regime marcham na sexta-feira após a saída das mesquitas para pedir a queda do presidente Bashar al-Assad.
A revolta na Síria começou em março de 2011 no contexto da Primavera Árabe. Começou com manifestações pacíficas que pediam mais liberdades, antes de se radicalizar, exigindo a queda do regime.
Diante da repressão sangrenta dos protestos pelo regime, a oposição se militarizou e o país segue afundado em um conflito armado que deixou mais de 60 mil mortos em 22 meses, segundo a ONU.