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Auxílio-desemprego aumenta nos EUA; inflação sobe

Paós ainda enfrenta dificuldades na recuperação econômica, mas conseguiu diminuir seu déficit comercial

Pessoas procuram emprego em agência da Califórnia (Mark Ralston/AFP)

Pessoas procuram emprego em agência da Califórnia (Mark Ralston/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 13h25.

Washington - O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos atingiu na semana passada o maior nível desde outubro, enquanto os custos de alimento e energia impulsionaram a inflação no atacado do país, mostrando dificuldades na recuperação econômica que vinha mostrando vigor renovado.

Porém, a alta das exportações para o maior volume em dois anos ajudou a reduzir o déficit comercial norte-americano, um sinal encorajador.

Apesar do cenário mais positivo para o crescimento econômico dos EUA nas últimas semanas, o mercado de trabalho ainda tem dificuldades.

A quantidade de norte-americanos pedindo auxílio-desemprego subiu inesperadamente, de 410 mil para 445 mil na semana passada, informou o Departamento de Trabalho nesta quinta-feira. É o maior aumento em cerca de seis meses, contrariando previsões de uma queda para 405 mil.

"O número de auxílio-desemprego destaca a recuperação irregular que nós temos visto no mercado de trabalho, e reforça que reduzir a taxa de desemprego será um processo lento", disse Omer Esiner, analista de mercado da Commonwealth Foreign Exchange, em Washington.

"O único ponto positivo foi o declínio maior do déficit comercial, que deve contribuir positivamente para o crescimento do quarto trimestre."

Uma autoridade do Departamento de Trabalho observou, no entanto, que a alta do auxílio-desemprego ocorreu após as festas de fim de ano, período que pode ter atrasado novos pedidos, criando o acúmulo visto nos dados da última semana.

Sem ajuste sazonal, houve acréscimo de quase 200 mil pedidos, para 770.413.

Perto do fim do ano, os preços de alimentos e energia tiveram forte alta nos EUA, apesar da tendência de inflação baixa, complicando as perspectivas para a política monetária.

Os preços no atacado norte-americano subiram 1,1 por cento em dezembro, de acordo com outro relatório do Departamento de Trabalho.Economistas esperavam uma repetição do avanço de 0,8 por cento visto em novembro.

Excluindo alimentos e energia, porém, a inflação foi apenas de 0,2 por cento, em linha com o previsto. O ganho anual do núcleo dos preços, então, ficou em 1,3 por cento, pouco abaixo das estimativas de analistas.

Os preços de óleo de aquecimento tiveram um dos maiores ganhos, com alta de 12,3 por cento, enquanto os vegetais dispararam 22,8 por cento. O custo de frutas frescas subiu de forma acentuada pelo segundo mês seguido, registrando alta de 15,4 por cento.

Em sinal mais positivo, o déficit comercial dos EUA surpreendeu analistas com um pequeno declínio, totalizando 38,3 bilhões de dólares em novembro, ante 38,4 bilhões em outubro, segundo dados do Departamento de Comércio. Analistas esperavam que o déficit subisse para 40,5 bilhões de dólares.

O déficit de novembro é o menor desde janeiro de 2010. As exportações de bens e serviços somaram 159,6 bilhões de dólares, o maior valor desde agosto de 2008 -- semanas antes da falência do Lehman Brothers prejudicar o comércio com o pânico mundial.

As exportações para a China totalizaram 9,5 bilhões de dólares, a maior quantia já registrada.

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