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Autoridades portuguesas interceptam submarino com 1,7 tonelada de cocaína

Embarcação, de construção amadora, estaria transportando a droga para a Europa da América Latina – 4 pessoas foram presas

 (majo1122331/Thinkstock)

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Publicado em 6 de novembro de 2025 às 15h54.

A marinha e a polícia judiciária portuguesas apreenderam essa semana um tipo de submarino carregado com 1,7 tonelada de cocaína.

O Centro de Operações e Análises Marítimas de Lisboa disse que havia recebido informações recentemente de que uma organização criminosa estaria no processo de enviar um submarino carregado de narcóticos para a Europa.

As autoridades portuguesas, trabalhando em conjunto com a Agência Criminal do Reino Unido e a Administração de Repressão às Drogas (DEA) dos EUA, conseguiram interceptar a embarcação a cerca de 1.800km da costa de Lisboa.

Oriunda da Venezuela, o submarino tinha tripulação de 4 homens, dentre os quais dois eram do Equador, um da Colômbia e outro da Venezuela. Todos se encontram em custódia portuguesa, e serão julgados na corte dos Açores, onde será determinada sua hierarquia dentro da operação.

Agentes envolvidos disseram à mídia que, devido à construção amadora da embarcação, não foi possível a guinchar para acosta, e o navio acabou afundando no mar.

Condições precárias

As condições dentro do submarino eram precárias, com vídeos oficiais revelando sistemas de localização e direção improvisados, um periscópio rudimentar e apenas uma toalete, sem nenhum tipo de privacidade. Além disso, a ventilação no interior da embarcação era composta apenas de alguns poucos ventiladores comuns.

O Coordenador da Unidade de Combate ao Tráfico de Drogas da Polícia Judicial portuguesa, Vítor Ananias, disse em uma conferência de imprensa que “Entre o calor, os vapores do navio e as ondas altas, com condições climáticas difíceis, até mesmo um único dia é complicado [para os quatro homens a bordo]. Ao final de 15 ou 20 dias, tudo o que você quer é sair.”

“Tais incidentes estão ficando mais comuns”, elabora em observações citadas pelo jornal português Lusa. Também nota que “Eles são de diferentes nacionalidades. Isso também demonstra que as organizações não estão sediadas em um único país, mas são altamente móveis. Suas idades eram de mais de 40 anos e menos de 65 anos.”

Ananias também revela que os detidos tinham um certo nível de experiência em navegação, e que seu trabalho era deixar o submarino em algum ponto do oceano atlântico, onde seriam resgatados e voltariam.

Sobre a operação ter sido uma colaboração internacional, o oficial diz: “Você coleta diferentes informações que ajudam a montar um "quebra-cabeça". Uma vez que esse "quebra-cabeça" esteja montado, temos mais ou menos uma ideia do panorama geral da situação e, a partir daí, começamos a adaptar os recursos nacionais para realizar intervenções e interdições no mar.”

“A Marinha, por meio de uma vasta gama de recursos do componente operacional do sistema de forças, nomeadamente comando e controle, vigilância e capacidades de projeção de força, empregou cerca de 70 militares nesta operação, por mais de 138 horas, cerca de seis dias, e também com mais de 1.527 milhas náuticas navegadas durante esta operação, mais de 2.800 quilômetros navegados”, disse ele.

De acordo com os depoimentos, os detidos não ofereceram nenhum tipo de resistência.

O flagrante ocorreu também em meio a ataques em embarcações venezuelanas no mar do Caribe pela administração de Trump, que as acusa de tráfico de drogas aos EUA.

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