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Autoridades iranianas afirmam que Brasil votou contra o país por pressão dos EUA

Presidente da Comissão de Relações Exteriores no Parlamento do Irã, Behrouz Kamalvandi, afirmou hoje que os Estados Unidos “tentam impor” uma nova ordem ao Brasil

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2011 às 11h37.

Brasília – A decisão do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) de investigar as denúncias de violações no Irã gerou críticas e reações do governo iraniano. Porém, os aliados de Mahmoud Ahmadinejad evitaram condenar a posição brasileira de apoiar o envio de um relator especial ao Irã para apurar as suspeitas. Para os aliados do governo do Irã, o Brasil é alvo de pressão dos Estados Unidos. As informações são da agência estatal de notícias do Irã, a Irna.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores no Parlamento do Irã, Behrouz Kamalvandi, afirmou hoje (26) que os Estados Unidos “tentam impor” uma nova ordem ao Brasil. Segundo o parlamentar, a posição brasileira mudou a partir da visita ao país do presidente norte-americano, Barack Obama, nos últimos dias 19 e 20.  “Houve uma mudança na votação Brasil logo após a visita”, disse ele.

Kamalvandi afirmou ainda que há um “confronto” entre os “tecnocratas independentes” e os “líderes políticos”. Segundo ele, a política externa brasileira passa por transformações que deverão ser ampliadas futuramente. “Nós acreditamos que a resolução e a questão dos direitos humanos têm apenas um objetivo e que está a impor pressão sobre o Irã”, disse o parlamentar.

No último dia 24, o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou por 22 votos favoráveis, 7 contrários e 14 abstenções as investigações no Irã. O Brasil apoiou a decisão sob o argumento, defendido pela embaixadora brasileira no órgão, Maria de Nazaré Farani de Azevedo, que a defesa de direitos humanos é prioridade para o governo da presidenta Dilma Rousseff.

A iniciativa, segundo analistas da política externa, registra uma nova etapa nas negociações internacionais. Nos últimos dez anos, o Brasil se absteve ou votou favoravelmente ao Irã. Porém, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, tem afirmado que a defesa do respeito aos direitos humanos é considerada princípio basilar e trata-se de uma posição universal e não específica em relação a um ou outro país.

Nas primeiras entrevistas concedidas por Dilma, ao assumir o governo, ela já criticou as penas de apedrejamento e morte. Ela se referiu, inclusive, ao caso da viúva iraniana Sakineh Ashitiani, condenada à morte por suspeita de infidelidade e participação no assassinato do marido. O caso de Sakineh aguarda julgamento no Irã.

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