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Autoridades dos EUA dizem que ação militar na Venezuela não é iminente

Donald Trump propõe abertura comercial caso cubanos parem de apoiar o regime de Nicolás Maduro

Donald Trump: americanos tentam fechar o cerco de Nicolás Maduro na Venezuela (Tom Brenner/Getty Images)

Donald Trump: americanos tentam fechar o cerco de Nicolás Maduro na Venezuela (Tom Brenner/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de maio de 2019 às 06h35.

Última atualização em 2 de maio de 2019 às 11h54.

Washington — A Casa Branca realizou na quarta-feira uma reunião com autoridades de segurança nacional dos Estados Unidos para discutir medidas para acelerar e garantir uma "transição pacífica de poder" na Venezuela, segundo o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton. Apesar de "todas as opções" estarem sob análise, nenhuma ação militar no país é iminente, de acordo com uma autoridade da administração Trump.

Participaram do encontro membros das Forças Armadas, do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca e do Departamento de Estado.

Militares dos EUA disseram a parlamentares no Capitólio hoje que não receberam ordens para posicionar tropas perto da Venezuela. "Nós, é claro, sempre revisamos as opções disponíveis e planejamos as contingências. Mas, neste caso, não recebemos o tipo de ordens que você está discutindo", afirmou a secretária assistente de Defesa do Pentágono para assuntos de segurança internacional, Kathryn Wheelbarger, ao Comitê de Serviços Armados da Câmara. Kathryn participou de uma audiência previamente agendada sobre segurança nas Américas do Norte e do Sul.

Na mesma audiência, o chefe do Comando Sul dos EUA, Craig Faller, responsável pelas operações militares no Hemisfério Sul, recusou-se a abordar como seria a ação militar direta dos EUA na Venezuela. Em vez disso, disse que estava planejando uma possível ajuda humanitária, evacuação de cidadãos americanos e outras medidas a serem tomadas caso o governo de Maduro entre em colapso. "Estamos olhando para o dia seguinte", disse Faller ao comitê.

O apoio dos EUA ao líder opositor Juan Guaidó é parte da repressão do governo Trump a Cuba, Venezuela e Nicarágua. O governo também tem trabalhado para reunir países ao redor do mundo para isolar o regime de Maduro e forçá-lo a sair do poder. Contudo, vários países, como Rússia, China e Turquia, ainda apoiam Maduro.

Trump propõe a Cuba uma nova abertura se retirar o apoio a Maduro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs também na quarta-feira uma abertura a Cuba se a ilha retirar seu apoio ao líder venezuelano, Nicolás Maduro, ou, caso contrário, reiterou suas ameaças de um maior bloqueio econômico e mais sanções.

"Com o movimento certo, Cuba poderia se sair muito bem, poderíamos fazer uma abertura", afirmou Trump em entrevista à emissora "Fox Business", onde também advertiu que os EUA endurecerão sua posição contra Cuba "se não deixarem a Venezuela".

Trump assegurou que um "embargo muito duro" aguarda Cuba se continuar apoiando Maduro e disse que sua aplicação "dependerá do que acontecer".

O presidente reiterou desta forma sua ameaça expressada pela primeira vez ontem de intensificar o embargo a Cuba e impor sanções "do mais alto nível".

"Se as tropas e milícias cubanas não cessarem imediatamente suas operações militares e outras com o objetivo de causar a morte e a destruição da Constituição da Venezuela, um embargo total será imposto à ilha de Cuba, juntamente com sanções do mais alto nível", disse.

O governo dos EUA acredita que na Venezuela existem cerca de 25 mil cubanos que supostamente atuam dentro da inteligência e da estrutura militar do país caribenho, algo que Cuba negou ao acusar Washington de "mentir descaradamente".

Segundo os Estados Unidos, se Maduro ainda está no poder, é graças, em parte, a esse apoio de Havana.

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