Buenos Aires: tanques são usados na segurança da capital argentina no primeiro dia da reunião do G20 (Amilcar Orfali/Getty Images)
Reuters
Publicado em 30 de novembro de 2018 às 16h28.
BUENOS AIRES (Reuters) - Milhares de manifestantes se reuniram em Buenos Aires nesta sexta-feira para protestar contra as políticas econômicas do G20 quando as maiores nações industrializadas do mundo iniciaram sua cúpula anual na capital da Argentina.
Mas é improvável que eles sequer cheguem perto dos líderes de Estados Unidos, Rússia, China e outras potências globais reunidas para uma reunião cuja pauta deve ser dominada pela guerra comercial entre Washington e Pequim.
A polícia, a Guarda Costeira e patrulhas de fronteira isolaram uma área de 12 quilômetros quadrados ao redor do centro de convenções de Costa Salguero, a sede da cúpula. O tráfego de mercadorias no vizinho Rio da Prata foi interrompido devido ao evento.
A passeata, organizada por uma coalizão de sindicatos trabalhistas e grupos de direitos humanos, aconteceria a cerca de 5 quilômetros do cenário da cúpula a partir das 15h locais.
Buenos Aires praticamente parou. O transporte público foi suspenso e centenas de cruzamentos foram interditados ao controle de tráfego e à população. Um feriado bancário foi decretado nesta sexta-feira, e o governo de centro-direita sugeriu que as pessoas deixassem a cidade.
Estas medidas tornaram difícil para os ativistas chegarem para a passeata.
"O governo impôs termos proibitivos", disse Beverly Keene, coordenadora da marcha e chefe do Jubileo Sur-Dialogo 2000, grupo que defende uma reformulação da dívida latino-americana.
Os protestos são frequentes em reuniões globais desta dimensão, e grupos díspares de manifestantes muitas vezes encontram uma causa comum protestando contra o que veem como a negligência do mundo rico com os pobres e marginalizados.
A polícia está em estado de alerta desde que um confronto em um estádio de futebol de Buenos Aires impediu a final da Copa Libertadores no dia 24 de novembro.
O presidente argentino, Mauricio Macri, disse que o incidente, que despertou dúvidas sobre a eficiência das forças de segurança do país, foi "um constrangimento" e pediu mais rigidez na aplicação da lei.
Dezembro é o mês em que normalmente os protestos a respeito da economia cronicamente problemática da Argentina se tornam violentos. Tendo em vista uma inflação de alarmantes 45 por cento e uma contração econômica, tumultos populares podem ser um fator adicional para preocupar os serviços de segurança.