Gilad Shalit foi sequestrado em junho de 2006 (AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2011 às 14h28.
Paris - A Autoridade Palestina expressou nesta quinta-feira sua decepção em relação à parte do acordo entre Israel e Hamas para trocar o soldado israelense Gilad Shalit por presos palestinos, ao considerar que o movimento islamita não deve aceitar a expulsão de alguns dos detidos.
"Estamos muito decepcionados pelo fato de que alguns deles (presos) serão transferidos a Gaza e não poderão ficar em casa com suas famílias na Cisjordânia e outros serão expulsos" dos territórios palestinos, afirmou ao canal de televisão France 24 o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki.
O acordo divulgado na terça-feira, alcançado por intermédio do Egito, contempla a troca do soldado Shalit, em poder de grupos armados palestinos em Gaza desde 2006, por 1.027 presos palestinos.
"Estamos muito decepcionados com uma parte do acordo, já que não queremos ver nenhum palestino expulso de se próprio território por decisão de seu povo", acrescentou.
"O Hamas tomou a decisão de aceitar a expulsão de tanta gente de seus lares na Cisjordânia e de seus lares na Palestina em geral", acrescentou.
A troca deve ocorrer em duas etapas: 477 detidos (450 homens e 27 mulheres) serão libertados "em uma semana" e outros 550 "em dois meses", anunciou o chefe do Hamas no exílio, Khaled Mechaal.
O chefe do serviço de segurança interna israelense, Shin Beth, afirmou que dos 450 presos, 163 detidos da Cisjordânia serão expulsos para Gaza e 40 para outros países.
Até agora, o Hamas rejeitava qualquer condição de expulsão ou banimento.
Riyad al-Malki, que faz uma visita a Paris junto ao presidente palestino Mahmud Abbas, também se perguntou sobre o momento escolhido para anunciar o acordo.
Malki questionou se este anúncio não busca "impulsionar a popularidade de Israel e do Hamas diante da Autoridade Palestina" em meio ao giro internacional do presidente Abbas para convencer os países que integram o Conselho de Segurança da ONU a apoiar o pedido de adesão palestino apresentado em 23 de setembro, passo decisivo para se tornar um Estado soberano.