Maduro: líder da oposição disse que Acosta foi assassinado (Miraflores Palace/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de junho de 2019 às 13h03.
Caracas - Autoridades venezuelanas confirmaram nas últimas horas deste sábado a morte de um oficial militar que líderes da oposição e familiares disseram ter sido torturado sob custódia do governo após sua detenção por suposta participação em um golpe contra o presidente Nicolas Maduro.
A morte do capitão da marinha Rafael Acosta aconteceu logo após a visita da chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, para investigar violações de direitos que vão desde execuções extrajudiciais até desaparecimentos forçados.
O promotor-chefe Tarek Saab disse via Twitter que seu escritório estava abrindo uma investigação sobre o incidente, sem descrever a causa da morte.
Acosta estava quase inconsciente em uma audiência na sexta-feira, depois de ter sido espancado e torturado, disse sua mulher, Waleska Perez, em entrevista a uma emissora da televisão de Miami, acrescentando que ele foi transferido para um centro de saúde militar.
"Eles o torturaram tanto que o mataram", disse Perez em entrevista à EVTV Miami, transmitida pelo Instagram. Ela disse que Acosta foi detido em 21 de junho.
Maduro disse na semana passada que oficiais militares, com o apoio de políticos da oposição e líderes políticos estrangeiros, planejaram derrubar seu governo.
O Partido Socialista, que está no poder, tem testemunhado um colapso econômico devastador de uma nação que já foi próspera. Maduro diz que os problemas do país são causados por sanções impostas pela administração Trump.
Ele diz que o país é injustamente alvo de críticas de governos estrangeiros e insiste que seu governo investigue e processe violadores dos direitos humanos.
O líder da oposição, Juan Guaido, que em janeiro invocou a constituição para assumir uma presidência interina do país, disse que Acosta foi assassinado e que isso é mais uma prova de que os aliados de Maduro se recusam a atender às demandas por uma mudança de governo.
"Eles não ouvem? Do túmulo, dos porões onde as pessoas estão sendo torturadas, o povo (está pedindo por) uma mudança", disse Guaido em comentários transmitidos pela internet.