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Autor não se arrepende de massacre racista em Charleston

"Ninguém me obrigou", disse Dylann Roof, falando em sua própria defesa no tribunal federal de Charleston, na Carolina do Sul

Dylann Roof: ele aguarda a decisão dos jurados para saber se irá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua (Reuters)

Dylann Roof: ele aguarda a decisão dos jurados para saber se irá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua (Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 19h05.

O supremacista que executou o massacre em uma igreja da comunidade negra de Charleston, EUA, afirmou no encerramento do julgamento, nesta terça-feira, que não se arrepende de nada que fez.

"Ninguém me obrigou", disse Dylann Roof, falando em sua própria defesa no tribunal federal de Charleston, na Carolina do Sul.

Este jovem de 22 anos aguarda a decisão dos jurados para saber se irá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua, após ser considerado culpado em dezembro pelas 33 acusações que pesavam sobre ele, entre elas crime de ódio.

O advogado da Procuradoria, Jay Richardson, recordou ao tribunal que Roof "executou cruelmente pessoas que descreveu em seus escritos como meros animais selvagens".

"Sentenciem este acusado à morte, por matar Clementa Pinckney", disse, se referindo ao pastor da igreja. Depois repetiu a frase nomeando as outras oito vítimas.

Em sua defesa, Dylann disse que o ódio sentido contra ele pelas famílias das vítimas, pessoas em geral, e pelo procurador é similar ao sentimento que ele teve para com os fiéis.

E acrescentou, em um discurso pouco coerente, que sua atitude foi um impulso natural.

"Acredito que possamos dizer que ninguém em sã consciência quer ir a uma igreja matar pessoas", afirmou. "O que digo é que ninguém que odeie alguém tem uma boa razão para fazer isso".

Mas, em contrapartida, tentou buscar a compaixão do júri para obter prisão perpétua ao invés da sentença de morte.

"Tenho o direito de pedir a vocês prisão perpétua, porém não sei de que forma isso serviria. Só um de vocês precisa estar em desacordo com o resto do júri".

Em dezembro, o tribunal viu o vídeo de confissão de Dylann Roof, um dia após o ataque. Nele, o jovem justificava suas ações como represália pelos supostos crimes cometidos pelos negros contra os brancos.

"Alguém tinha que fazer isso porque os negros estão matando os brancos o tempo todo na rua e estão estuprando as mulheres brancas", dizia Roof, calmamente, ao oficial do FBI.

Referindo-se a este vídeo e a outras provas de seu intenso racismo mostradas durante o julgamento, o procurador Richardson disse aos membros do júri que Roof "passou anos alimentando este profundo ódio. Este ódio que cada um de nós quer pensar que não é possível que exista em ninguém".

Em 17 de junho de 2015, Dylann Roof se juntou a um grupo de estudos da Bíblia na Igreja Metodista Episcopal Africana Mãe Emanuel, um símbolo da luta contra a escravidão em Charleston. Porém, minutos depois, inciou um massacre no qual nove pessoas negras morreram.

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