Charlottesville: o ataque causou a morte de Heather Heyer, de 32 anos (Eze Amos/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de novembro de 2018 às 15h54.
Última atualização em 2 de junho de 2020 às 09h46.
O julgamento por homicídio de um neonazista americano acusado de atropelar manifestantes contra um comício de supremacia branca no ano passado em Charlottesville começa nesta segunda-feira.
James Fields, 21 anos, também enfrenta oito acusações por causar ferimentos graves em outras pessoas e uma acusação por fugir após o ataque com o veículo que ele supostamente dirigiu durante a manifestação "Unite to the Right" em 12 de agosto de 2017.
O ataque causou a morte de Heather Heyer, de 32 anos, e deixou em evidência a ousadia da extrema direita desde a chegada ao poder do presidente Donald Trump, que, com sua retórica e políticas, contribuiu, de acordo com muitos analistas, para aumentar a violência racista e antissemita no país.
O julgamento começa nesta segunda com a seleção dos jurados e deverá ser concluído em três semanas.
Se Fields for declarado culpado de homicídio em primeiro grau, vai enfrentar uma pena entre 20 anos de prisão e prisão perpétua.
Sua defesa não conseguiu impedir que o julgamento acontecesse em Charlottesville sob a alegação de que seria impossível reunir um júri imparcial.
A manifestação foi organizada pelos nacionalistas brancos Jason Kessler e Richard Spencer para protestar contra a remoção de uma estátua de Robert E. Lee, o principal general confederado durante a Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-1865).
No protesto, participaram centenas de simpatizantes neonazistas e homens armados.
No segundo dia de manifestações, em 12 de agosto, houve confrontos entre os neonazistas e antifascistas do movimento de extrema esquerda Antifa. A violência resultou no suposto ataque de Fields, um admirador de Hitler segundo suas redes sociais, contra a multidão com seu carro.